O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) vai recorrer da decisão da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) que determinou a liberação de Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza. Eles são acusados de ter acendido o rojão que provocou a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Ilídio de Andrade, no dia 6 de fevereiro do ano passado.
Na decisão desta quarta-feira, a Justiça desclassificou a acusação de crime doloso, atendendo a recurso do defensor público Felipe Lima de Almeida, que representa um dos réus. A acusação de explosão seguida de morte foi mantida, mas Barbosa e Souza vão poder aguardar o julgamento em liberdade.
De acordo com o MPRJ, o objetivo do recurso é restabelecer a situação anterior e manter os acusados presos. Para o órgão, a prova contra os ativistas está nas imagens veiculadas pela imprensa. “No contexto de uma manifestação, havia previsibilidade por parte dos agentes, que assumiram o risco de produzir o óbito. O dolo eventual não exige intenção de matar, mas sim a previsão do resultado e a assunção do risco de produzi-lo”, explicou o MPRJ, por meio de nota.
Os ativistas estão presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio. A expectativa dos advogados de defesa é que eles sejam libertados nesta quinta-feira..