Os maiores consumidores do arroz produzido sem veneno no Brasil não estão nos bairros caros das grandes cidades, mas nas escolas da rede pública de ensino.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que adquire alimentos para a merenda, é o maior comprador do produto. Outra particularidade é que praticamente a totalidade da produção de arroz orgânico sai de assentamentos da reforma agrária do Rio Grande do Sul. Um deles é no município de Eldorado, a 15 quilômetros de Porto Alegre. Lá, as compras institucionais representam mais de 50% das vendas dos agricultores, organizados em cooperativas.
A safra deve render 2 milhões de quilos, produzidos por mais de 500 famílias de assentados na Região Metropolitana de Porto Alegre. A área plantada com arroz orgânico certificado é de 4.500 hectares. A produtividade das lavouras chega a 5 mil quilos por hectare.
De acordo com dados do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), a produtividade da lavoura convencional é cerca de 50% maior, chegando a 7,5 mil quilos por hectare. O custo, porém, é três vezes maior, o que torna o orgânico muito mais rentável.
Os produtores de arroz convencional reclamam que os custos de produção praticamente não deixam margem de lucro para o produtor. A grande diferença nas planilhas de custo se devem aos insumos químicos a que o produtor convencional fica atrelado..