Quatro dos oito mortos na chacina ocorrida dentro da sede da Pavilhão 9, torcida organizada do Corinthians, tinham passagem pela polícia por tráfico de drogas, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Entre as vítimas está Fábio Neves Domingos, de 34 anos, apontado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) como o único alvo dos criminosos. As outras sete pessoas teriam morrido porque estavam no local no momento da execução.
De acordo com a principal linha de investigação da polícia, Domingos estaria envolvido com a venda de drogas na região da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na zona oeste. A polícia ainda não sabe se o crime foi cometido por causa de dívida ou disputa por pontos de drogas. A ordem para execução pode ter partido do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Domingos também é conhecido da polícia por ter sido um dos 11 corintianos detidos em Oruro, na Bolívia, após a morte de Kevin Espada, de 14 anos, torcedor do San José, em um jogo da Libertadores em 2013.
Além de Domingos, Ricardo Júnior Leonel de Prado, de 34 anos, André Luiz Fonseca de Oliveira, de 29, e Jonathan Rodrigues Nascimento, de 21, já haviam sido presos por tráfico.
Apesar de ser apontado como o alvo, Domingos foi atingido por dois disparos - um na cabeça e outro no braço direito-, enquanto Oliveira recebeu quatro tiros. Todos os outros foram baleados apenas uma vez.
Rosto à mostra
A chacina aconteceu na noite de sábado passado, na sede da Pavilhão 9, que fica embaixo da Ponte dos Remédios, perto da Marginal do Tietê, na zona oeste. Três pessoas usando capuz, mas com o rosto descoberto, entraram armadas e mataram os oito homens. Quatro conseguiram fugir - entre eles, um faxineiro, poupado pelos criminosos.
A polícia tem o nome de dois suspeitos: Domênico e André. Equipes do DHPP fizeram buscas em diversos endereços, principalmente na zona leste, mas não conseguiram localizá-los. Até a noite de ontem, ninguém havia sido preso. Foi decretado segredo de Justiça do caso.
Os policiais não descartam a participação de outras pessoas no crime. A suspeita é de que duas motos tenham ficado estacionadas em pontos cegos de câmeras de vigilância, instaladas em postos de gasolina perto da sede da Pavilhão 9, para dar cobertura aos criminosos.
Familiares das vítimas devem ser ouvidos pelo DHPP a partir desta quarta-feira, 22, com o objetivo de traçar um perfil dos mortos. Testemunhas do crime também serão chamadas para fazer um retrato falado dos assassinos.