De acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 50.578 pessoas moram nas quatro favelas, que concentram 39% dos 129.770 moradores do Complexo da Maré.
Atualmente, 3,2 mil profissionais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica trabalham na região. A partir de sexta-feira, 330 deles voltarão aos quartéis. Desde o dia 1º, o Batalhão de Choque da Polícia Militar ocupa as comunidades Roquete Pinto e Praia de Ramos, dominadas por milícias. Não houve registro de confrontos.
A área que será transferida dos militares para a PM é o reduto do CV na Maré. Ao longo desta semana, reuniões entre a PM e o comando da Força de Pacificação vão detalhar a ocupação.
"O plano para a ocupação está sendo definido", informou a PM em nota, sem especificar quantos agentes entrarão nas comunidades. O Exército anunciou que a saída definitiva dos militares será em 30 de junho.
Segundo a PM, desde novembro de 2014, 220 policiais atuam com o Exército no complexo. Lotados na Coordenadoria de Polícia Pacificadora, eles integraram as sedes da UPP.
Favelas populosas
Para Edson Diniz, um dos diretores da organização Redes de Desenvolvimento da Maré, a transição terá de levar em conta o fato de que três das quatro favelas (Parque União, Nova Holanda e Parque Maré) estão entre as mais populosas do complexo - Parque União lidera, com 19.662 moradores. "São comunidades muito maiores, com uma vida cultural noturna bem mais intensa. Isso é fator de preocupação para as pessoas", afirmou.
A violência é uma das características da área que a PM assumirá. Na Nova Holanda, relatos de tiroteios são frequentes e traficantes agem de modo menos ostensivo, escondidos em becos.
Em nota, a Força de Pacificação informou que o objetivo é "realizar uma atuação conjunta com os órgãos de segurança e de ordem pública para desarticular facções e permitir que entidades governamentais possam realizar ações para a melhoria das condições de vida".
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..