Rio, 28 - O Complexo da Maré, conjunto de favelas da zona norte do Rio, terá até o fim do primeiro trimestre de 2016 um total de quatro Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) funcionando em suas 16 comunidades. Essa é a previsão do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. Nesta terça-feira, 28, ele anunciou que a primeira delas, referente às comunidades Roquete Pinto e Praia de Ramos, será inaugurada em julho deste ano.
A previsão é que a unidade conte com cinco bases. As duas favelas já estão ocupadas por 115 PMs desde o dia 1º de abril deste ano. No próximo dia 1º de maio mais quatro comunidades do Complexo (Nova Holanda, Parque União, Parque Maré e Rubens Vaz) terão patrulhamento de militares da Força de Pacificação substituído pelo de PMs.
Beltrame admitiu que partes da Maré ainda não estão "preparadas" para receber policiamento comunitário. "Ha áreas que não apresentam condições ainda de colocar policiamento da maneira que queremos que seja feito", afirmou.
Outra novidade na região da Maré é que o 22º Batalhão de Polícia, que atende a área, será realocado, e sua estrutura será reutilizada pela Unidade de Polícia Pacificadora do Complexo.
Na ocasião, Beltrame disse ainda que, se dependesse dele, a ocupação do Chapadão e da Pedreira, comunidades da zona norte do Rio que vêm registrando confrontos violentos e ação indiscriminada de traficantes, seria imediata.
"Se eu pudesse eu entrava amanhã no Chapadão e na Pedreira", declarou. A instalação de UPPs nessas duas comunidades, entretanto, ainda não tem data definida e só deve ocorrer depois da inauguração das unidades da Maré. Em ritmo mais lento, a expansão das UPPs passa por um processo de "análise" desde o começo do ano.
Efetivos
O secretário anunciou uma redistribuição de efetivos de PMs recém-formados. Ao todo, 1.272 reforçarão 28 batalhões e outros 400 serão divididos entre 32 UPPs. Mais 500 agentes do interior que estavam trabalhando no Rio voltaram para batalhões fora da Região Metropolitana. Beltrame também afirmou que existem "planos" de aumentar o tempo de formação de PMs dos atuais 7 meses para 10.
"Se nós pudermos aumentar a formação entendemos que é melhor. Temos planos de passar para 10 (meses), para melhorar e capacitar o policial", disse. "Qualquer escola de polícia do mundo prepara um policial para trabalhar em áreas urbanisticamemte ordenadas. Aqui temos que preparar também os policiais para atuar em becos onde passa só uma pessoa por vez e não tem luz".
Bases
Outro assunto foi a reforma em bases de UPPs. Segundo Beltrame, 20 obras estão em andamento e 20 já foram contratadas. O funcionamento de sedes das UPPs em contêineres é uma das principais críticas às condições de trabalho encontradas por policiais nas unidades.
Ao todo, a construção de 35 novos postos avançados de policiamento já está contratada. E, de 11 obras de UPPs a cargo da RioUrbe, nove estão em andamento. "Foi dado um repasse de R$ 6 milhões à Empresa Municipal de Obras Públicas (Emop) para manutenção de UPPs já existentes", completou o secretário.