Policiais Militares do Comando de Operações Especiais (COE) começaram na madrugada desta sexta-feira a substituir militares do Exército em quatro das 16 comunidades do Complexo da Maré, na zona norte do Rio. Trata-se de mais uma etapa para a instalação de quatro ou cinco Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na região até março de 2016. A ocupação militar da Maré completou um ano em 5 de abril, e a previsão oficial é que até 30 de junho todos os soldados tenham deixado o local.
A troca de comando nesta sexta-feira ocorreu nas favelas Parque União, Nova Holanda, Rubem Vaz e Nova Maré, que concentram 39% dos 130 mil moradores do complexo.
Para a Secretaria de Segurança, trata-se da região "mais conflagrada" das 16 comunidades. A venda de drogas nessa área é controlada pela facção Comando Vermelho.
Pelo menos 200 PMs do COE vão atuar nas quatro favelas. O COE reúne policiais do Batalhão de Choque, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Grupamento Aeromóvel e do Batalhão de Ações com Cães. Além deles, equipes do 22º Batalhão e 369 policiais do efetivo da Companhia Maré, que já atuam no complexo, permanecerão nas áreas antes ocupadas pela chamada Força de Pacificação. Policiais do Grupamento Tático de Motociclistas (Getem) também vão atuar no patrulhamento no entorno das comunidades.
A previsão de inauguração da primeira UPP é julho, nas comunidades Praia de Ramos e Roquette Pinto, onde o COE já atua desde 1º de abril. Iniciada três meses antes da Copa do Mundo de 2014, a ocupação militar, criticada por organizações de defesa dos direitos humanos, foi adiada duas vezes pela presidente Dilma Rousseff a pedido do governo do Estado. Dos 160 bairros do Rio, a Maré ocupa a 137ª posição no Índice de Desenvolvimento Social (IDS), calculado pelo Instituto Pereira Passos (IPP), da prefeitura.