O site reúne informações de 219 países e territórios entre 2000 e 2012. Honduras (85,5), Venezuela (53,7), Ilhas Virgens Americanas (52,6), Belize (44,7) e Jamaica (40,6) lideram o ranking global com os maiores índices de homicídios a cada 100 mil habitantes. Em números absolutos de assassinatos, atrás do Brasil aparecem Índia (43.355), Nigéria (33.817), México (25.967) e República Democrática do Congo (18.586).
Para 39 países da América Latina e do Caribe, a ferramenta exibe dados discriminados por Estados e cidades com mais de 250 mil habitantes. Entre as 50 cidades com maiores índices de homicídios na região, 22 estão no Brasil, incluindo capitais como Maceió, Fortaleza, João Pessoa e Salvador.
"Temos cidades que alcançaram níveis estapafúrdios, com taxas de homicídios superiores às registradas em zonas de conflito. É sinal de que há algo errado", disse Renata Giannini, coordenadora do projeto.
No Brasil, a cidade que lidera o ranking é Ananindeua, a 19 quilômetros de Belém (PA), com 125,6 assassinatos a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar aparece Maceió (89,9), seguida por Serra (ES), com 89,4, Camaçari (BA), com 81,8, e Fortaleza, com 76,8.
Alagoas é o Estado com maior índice de homicídios: 64 a cada 100 mil habitantes, enquanto Santa Catarina tem o menor, 12,8.
Embora tenha apenas 8% da população mundial, América Latina e Caribe concentram 33% do número de homicídios globais. Para cada cinco pessoas assassinadas no mundo, uma era brasileira, colombiana, mexicana ou venezuelana. "Há curva ascendente nos homicídios na América Latina, enquanto no resto do mundo os números vêm caindo. De fato passamos por uma epidemia de violência global", afirmou Renata.
Os números não consideram mortes relacionadas com operações militares, conflitos armados e guerras, seguindo critério do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC).
Para os países com dados disponíveis, o Observatório de Homicídios informa estatísticas sobre gênero e idade das vítimas, além da arma usada no crime. No Brasil, cerca de 92% das vítimas eram homens e 54% tinham entre 15 e 29 anos, sendo o homicídio a principal causa de mortes nesta faixa etária. Em todo o mundo, houve 437 mil homicídios em 2012, sendo os homens 78,7% das vítimas.
Fundado em 2008, o Instituto Igarapé atua nas áreas de segurança, política sobre drogas e cooperação internacional. A principal fonte de dados do Observatório de Homicídios foi o UNODC, além dos governos e organizações não governamentais locais..