O secretário afirmou também que a Secretaria Municipal de Conservação vai retirar entulhos do 8º ao 11º andar, onde será realizado ainda um trabalho de escoramento das paredes. A Defesa Civil Municipal informou que por volta das 16h desta segunda-feira os moradores serão autorizados a entrar nos apartamentos para retirada de objetos pessoais. A liberação para que voltem em definitivo ao local, entretanto, sairá, segundo previsão da Prefeitura, daqui a dois dias.
Explosão
A explosão ocorreu por volta das 5h40 na cozinha do apartamento 1001, onde morava o alemão Marcus Bernard Muller. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas após a detonação que destruiu parte do prédio de 19 andares e 72 apartamentos, localizado na Rua General Olímpio Mourão Filho. Os destroços caíram no playground do prédio, perto da piscina. Os andares mais afetados foram o 10º e o 9º.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o alemão foi levado para o Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, em estado grave.
Uma moradora, uma senhora ainda não identificada, precisou ser atendida no momento em que moradores deixavam o prédio. Levada também para o Hospital Miguel Couto, ela passa bem. Outros dois moradores foram atendidos no local após passarem mal e liberados em seguida.
O prefeito Eduardo Paes, que visitou o prédio atingido, afirmou que há chance da explosão ter sido provocada por um vazamento de gás. "Isso tem que ser investigado e apurado", disse.
Em reunião, o prefeito informou aos moradores que o entulho acumulado no 8º andar - vindo da cozinha dos dois andares superiores, deve ser retirado com urgência para não comprometer a estrutura do prédio, que, segundo a Defesa Civil Municipal, não foi abalada com a explosão.
Segundo relatos de moradores, o impacto se assemelhou à sensação de um "terremoto". Alguns pensavam que se tratava de uma explosão nas obras de extensão do metrô, próximas ao local. A arquiteta Elizabeth Rego Monteiro, de 60 anos, acordou com a explosão. "A janela do meu quarto foi parar em cima da minha cama", relatou. "Achei que era explosão no posto". Ela teve tempo apenas de se vestir, pegar a bolsa com documentos, o cachorro de estimação e descer. Moradora do 1301, ela conta que os apartamentos mais afetados ficavam na mesma coluna do 1001, onde houve a explosão.
"Nossa vistoria prévia está absolutamente em dia. Fatalidade é uma coisa que você não pode prever", declarou o síndico Jorge Alexandre de Oliveira, de 68 anos e há dois na função.
Segundo ele, moradores não relataram nenhuma anormalidade ou cheiro de gás nos apartamentos pouco antes da explosão. Alguns dos residentes do prédio, assustados com o barulho da explosão, deixaram o local vestindo pijamas ou roupões de banho.
Moradora do 7º andar do edifício, Renata Mesquita, de 38 anos, teve tempo apenas de vestir um roupão por cima da camisola e pegar o celular.
Grande parte dos escombros foi projetada para a área do prédio vizinho. As áreas do parque infantil e da piscina estão tomadas por fragmentos de concreto e vidro. Pedaços de uma máquina de lavar louça e de um aparelho de ar condicionado também caíram no local.
"Seria uma tragédia muito maior se fosse em outro horário com maior movimento", afirmou Fernando Coelho, 57 anos e síndico do prédio vizinho há oito anos. Segundo Coelho, embora o edifício não tenha sido interditado pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros, muitos moradores estão receosos..