O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), classificou de "lamentável" a morte do médico Jaime Gold, após ser esfaqueado na noite dessa terça-feira enquanto pedalava na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio. "Sofro a cada morte, é um pedaço da gente que vai embora", disse o governador. Para o governante, "só a polícia não adianta" para reduzir a criminalidade em alta na cidade, e que seria preciso rediscutir "o papel da Polícia" e a legislação do País.

Uma reunião está prevista para esta tarde entre Pezão e a cúpula da segurança no estado. O policiamento na Lagoa já foi reforçado, segundo o governador. Pezão ainda criticou a atuação de desembargadores na concessão de liminares a favor dos suspeitos. "Infelizmente, desembargador está aí dando liminar e soltando todo mundo", apontou.

"Se é para cumprir essa lei que está aí, temos que discutir o papel da polícia. Ela tem feito seu trabalho. Quando roubam uma bicicleta, um cordão, um telefone celular, quando se usa faca - não são crimes de grande monta, que faça com que a pessoa fique presa. Policial entra com a pessoa por uma porta da delegacia, ela sai pela outra", afirmou o governador.

Pezão ainda lembrou que as estatísticas da segurança no Estado indicam um aumento de 60% de prisões de menores em abril - considerado o melhor resultado para o mês em todos os levantamentos. "Temos prendido como nunca se prendeu, batendo recordes, e a gente ainda tem muito a se fazer. Só a polícia não adianta, não está adiantando. A policia está fazendo seu trabalho de prender, no outro dia, a justiça solta", reforçou.

O governador ainda frisou que há reforço "permanente" no policiamento e que "monitoramento sistemático". A prefeitura também disponibilizou efetivo de guardas municipais para patrulhar a Lagoa. Pezão também ponderou que "a mancha criminal se deslocou da Lapa para outros locais" e que está estudando "novas operações" em outras regiões, como o Meier.

Ainda assim, ele reiterou que não acredita que apenas o reforço do policiamento seja suficiente. "Esse caso mostra que a gente tem que cada vez mais reforçar policiamento e fazer parcerias. A gente tem que ver o que a gente quer, um grande chamamento para a sociedade", completou.

Ataques a facas em assaltos no Rio de Janeiro

2014

30 de janeiro - O analista de sistemas Ricardo Monte levou facadas no rosto em assalto no Aterro do Flamengo (Zona Sul), às 20h30. Três bandidos levaram bicicleta, celular e dinheiro e também deram socos e pontapés na vítima.

2015

17 de fevereiro - Na tarde da terça-feira de carnaval, o turista alemão Fred Nietfend, de 51 anos, morreu esfaqueado em assalto quando fotografava a Igreja São Francisco de Paula, no Largo de São Francisco, centro.

19 de abril - Victor Didier, de 19 anos, foi atacado na Lagoa, altura do Jardim de Alah, por volta das 18h45, quando passava de bicicleta pela ciclovia com amigos.

25 de abril - Um homem foi esfaqueado na Avenida Epitácio Pessoa, próximo ao conjunto habitacional Cruzada São Sebastião, entre Ipanema e Leblon (Zona Sul), ao ter a bicicleta roubada.

25 de abril - Um adolescente de 14 anos, atleta de remo do Flamengo, levou facada no ombro e teve a bicicleta roubada na Lagoa, altura do Corte de Cantagalo, por volta das 7h.

1º de maio - Um homem de 52 anos levou quatro facadas de assaltantes quando esperava o ônibus na Avenida Rio Branco, no Centro

8 de maio - Ladrão, ao tentar roubar a bolsa de Ana Paula Oliveira, de 37 anos, deu dois golpes de faca na mão da vítima, em Laranjeiras (Zona Sul).

17 de maio - A turista vietnamita Tran Vu Ha, de 39 anos, foi ferida nas costas e no braço em assalto na Praça 15, em frente à Assembleia Legislativa, no centro, por volta das 15h.