O julgamento ocorre no prédio da Justiça Militar, em Santa Maria, na região central do Estado, cidade em que ocorreu a tragédia. Na terça-feira se pronunciaram a acusação e as defesas de três oficiais acusados. Nesta quarta-feira, será a vez dos três soldados e dois sargentos.
Grande parte da sessão desta quarta teve apenas a leitura de peças processuais e dos inquéritos que investigaram o papel dos réus na concessão de alvarás à boate - que, de acordo com as autoridades, não deveria estar funcionando na noite do incêndio.
Foram julgados nesta terça-feira o ex-comandante regional dos Bombeiros, tenente-coronel da reserva Moisés Fuchs; o tenente-coronel da reserva Daniel da Silva Adriano, que era comandante do setor de prevenção a incêndio na época da Kiss; e o capitão Alex da Rocha Camilo, que assinou o segundo alvará da casa noturna. Os três respondem por inserir declarações falsas em documentos, deixar de exercer obrigações do seu cargo e por inobservância da lei.
Durante a tarde, os promotores se manifestaram. "Quando colocaram no alvará da Kiss que a legislação vigente foi observada, isso não era verdade", acusou o promotor Joel Dutra.
Protestos
Muitos pais e familiares das vítimas ficaram do lado de fora. Eles não foram contemplados com senhas para assistirem ao julgamento. Dentro da sala de audiência, havia cerca de oito pais de mortos e feridos na Kiss, representantes da imprensa, bombeiros e algumas pessoas da comunidade.
Na entrada do prédio, pela manhã, os réus tiveram de passar por um grande cartaz com a palavra "justiça" e fotos de todas as vítimas da tragédia.