Ainda não há, no entanto, um balanço oficial de quantas pessoas foram afetadas pelo problema. Entre os prejudicados está o estudante de engenharia de software Ian Pierson, de 21 anos, que corre contra o tempo para conseguir viajar para os Estados Unidos. Ele precisa se apresentar no dia 2 de julho no Indiana Technology Institute, em Fort Wayne, onde fará intercâmbio acadêmico.
Com menos de duas semanas para decolar, contudo, o universitário, ainda não tem o visto em mãos. "Estou desesperado. Não sei o que fazer e nem se vou conseguir chegar lá", afirma. Morador de Goiânia, Pierson deveria ter viajado mais de 200 km até a Embaixada, em Brasília, para fazer a entrevista na quinta-feira, 19, mas o procedimento foi cancelado.
Obrigado a reagendar o processo, a única data disponível foi o dia 7 de julho, depois do seu prazo.
Desde a infância, o sonho da advogada Virginia Rodrigues, de 33 anos, foi conhecer Orlando, onde fica a Disney. Por isso, programou uma viagem com familiares e amigo. O que seria a realização de um desejo antigo agora pode se transformar em prejuízo.
Ela, que mora em Fortaleza, comprou passagem e pagou por hospedagem no Recife, onde faria a entrevista no consulado no próximo dia 26. "Quero saber deles sobre as despesas já feitas para tirar o visto. A única resposta que tive por e-mail é que realmente preciso reagendar", afirma Virginia.
A pane na emissão de vistos, que atinge o mundo todo, foi provocada após falha no sistema de autorização da impressão do documento nos passaportes, em Washington. O problema afeta os pedidos de não imigrante feitos após o dia 8 de junho. Segundo a Embaixada no Brasil, as solicitações de imigrantes continuam normais.
Mais de cem especialistas trabalham para solucionar o problema, segundo a Embaixada americana. No entanto, não há previsão para o sistema voltar a funcionar normalmente. "Pedimos sinceras desculpas", diz, em nota. Viagens humanitárias urgentes, como os casos de saúde, e adoção são tratados como prioridade..