Segundo Arariboia Fusita Tavares, delegado-assistente do 3.º DP (Campos Elísios), a jovem soube que tinha matado Ferraz na quinta-feira, quando imagens divulgadas pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) mostraram a motorista fugindo do local do acidente e o vidro do para-brisa do veículo quebrado.
Na sexta-feira, a Polícia Militar apreendeu o Peugeot 207 da jovem no prédio onde ela mora, em Moema, na zona sul de São Paulo. O vidro continuava quebrado. Segundo Tavares, a jovem alegou que achava que tinha atropelado um assaltante. A vítima estava com outros três garis. "As circunstâncias dela não batem, está nebuloso. Não dá para dizer que garis uniformizados, com vassouras e cestos de lixo, podem ser confundidos com ladrões", disse o delegado.
Após o acidente, Hivena registrou um boletim de ocorrência no 8.º Distrito Policial (Brás). Aos policiais, ela teria relatado que fugia de uma tentativa de assalto, quando bateu em "algo" ou "alguém".
A jovem disse que voltava de uma festa na casa de uma amiga em Higienópolis, também no centro. Para Fusita, ela agiu de "má-fé" por não prestar socorro ao gari e ter fugido do local. O delegado disse ser "impossível" não encontrar nenhuma viatura da Polícia Militar no caminho entre o centro e Moema. A polícia, agora, quer saber para quem a jovem ligou depois de ter atropelado o gari e, por isso, vai pedir a quebra de sigilo telefônico da estudante de Arquitetura.
A Polícia Civil não pediu a prisão da jovem, e a estudante vai responder aos crimes aos quais foi indiciada em liberdade. A reportagem não conseguiu localizar o advogado de Hivena. Mas à TV Globo, Artur Osti disse que "não houve omissão" por parte de sua cliente e que ela prestou todos os esclarecimentos..