O terceiro envolvido é amigo de quem fez as imagens (fotos da face e um vídeo do corpo aberto) - a estudante de Enfermagem Márcia Valéria dos Santos, de 39 anos - e foi identificado apenas como Leandro, também estudante de Enfermagem.
Segundo o delegado titular do 4º Distrito Policial, Eli José de Oliveira, Leandro ainda não foi ouvido, mas seria quem divulgou pelo aplicativo WhatsApp as imagens captadas e enviadas pela colega e que acabaram em outras redes sociais.
Márcia foi indiciada com o técnico Marco Antônio Ramos, de 41, que viu, mas não impediu a enfermeira de fazer as imagens durante a preparação do corpo e ainda teria "ajeitado" o cenário para a mulher filmar.
A Clínica Oeste divulgou duas notas informando a demissão por justa causa dos dois técnicos. Segundo a assessoria de imprensa, os funcionários da empresa assinam um termo de compromisso que informa a proibição de qualquer fotografia ou gravação de procedimentos de preparação de corpos e que isso seja "principalmente divulgado".
A clínica destacou que repudia a atitude mórbida dos dois funcionários e se solidarizou com fãs e familiares.
Os envolvidos responderão por vilipêndio de cadáver, crime previsto no artigo 212 do Código Penal e podem ser condenados a penas que vão de um a três anos de prisão, além do pagamento de multa.
"A polícia nem esperou a formulação de denúncia, iniciando a investigação como ação pública incondicionada", destacou o delegado.
Para a polícia, não procedem os boatos de que as imagens tinham sido colhidas em um órgão público, o Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia.
Familiares do cantor também devem reforçar a punição e cessar a divulgação das fotos e vídeo, como já divulgado pelos advogados de Cristiano Araújo.
O delegado disse nesta sexta-feira, 26, que o inquérito está praticamente concluído, mas pessoas que compartilharam as imagens também poderão ser indiciadas.
"Se as pessoas assistiram e viram que era uma situação humilhante, desprezível, e, mesmo assim compartilharam, também concorreram à prática de crime", declarou Oliveira.
Solda
Outra investigação em andamento na Polícia Civil é para saber se a troca dos pneus da Range Rover envolvida no acidente pode ter influenciado no sucessivo capotamento que causou a morte de Araújo e da namorada, a estudante Allana Moraes, de 19, na madrugada de quarta-feira, 24, na BR-153, quando voltava de um show. Ele e a namorada estavam no banco traseiro e não usavam cinto de segurança.
Peritos reexaminaram o carro e verificaram sinais de solda nas rodas do carro, que tinha apenas dois meses de uso e é tido como um modelo seguro para viagens. Também confirmaram que os pneus originais eram de 18 polegadas de espessura e foram trocados por rodas com 22 polegadas, que têm espessura mais fina. Essa troca geralmente é feita para a customização de veículos..