Brasília – A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul vai abrir fiscalização para apurar ilegalidades na conversão de áreas do Pantanal em lavouras de soja. “Se alguém estiver dentro, vamos autuar”, garante a secretária de Meio Ambiente do Estado, Ana Luiza Peterlini.
As lavouras de soja e outros grãos, como o milho, até então restritas às áreas altas que circundam o Pantanal, desceram para a planície atraídas pelos baixos preços das terras e pela expectativa de criação da hidrovia Paraguai-Paraná. Especialistas alertam para a possibilidade de danos irreversíveis à região, que detém uma das maiores biodiversidades do mundo e é vital para a manutenção de criadouros naturais de peixes, para a purificação de grandes volumes de água e a para regulação dos regimes dos rios.
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Dois trabalhadores morrem soterrados por 10 t de sojaPolícia prende grupo que adulterava soja para exportaçãoAnvisa suspende os produtos com soja da marca AdesUm dos epicentros da expansão das lavouras no Pantanal está na região de Cáceres, principal município mato-grossense abrangido pelo bioma, onde a atividade encontra apoio da prefeitura e de grandes empresas dispostas a investir. Uma única empresa, a Grendene, divulga planos para produzir no município 40 mil toneladas de soja nos próximos anos, em propriedade de 45 mil hectares, onde a principal atividade é a criação de gado.
É para a região de Cáceres, também, que está prevista a construção do porto de Morrinhos, vinculado à implantação da hidrovia, que possibilitará a saída de grandes comboios para o Sul em direção à bacia do Rio da Prata. Para o trecho entre Corumbá e Cáceres estão previstas obras para permitir a navegação de embarcações de maior calado: dragagens, regularização do leito do rio, retirada de rochas e modificações no canal natural do rio. As intervenções podem causar impactos como o aumento da velocidade das águas e alterações no pulso de inundação do Pantanal..