Uma página criada há menos de uma semana nas redes sociais levou a casa de festas Villa Mix, em São Paulo, a entrar na mira do Ministério Público do Estado. Criado no último sábado, o perfil é seguido por mais de 16 mil usuários, que denunciam casos de discriminação praticados por promotores e funcionários da balada sertaneja. Agora, o Villa Mix tem 20 dias para prestar esclarecimentos ao MP.
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A estudante Mariana*, uma das criadoras da página no Facebook, conta que a ideia de denunciar a casa noturna surgiu depois que uma menina divulgou a humilhação sofrida no estabelecimento em um grupo privado. Pouco tempo após o desabafo milhares de vítimas a procuraram para compartilhar as experiências vividas no local. “A casa é muito preconceituosa e racista. Os promotores barram a entrada de quem é negro, acima do peso ou de pessoas que eles julgam não serem bonitas”, denunciou Mariana.
Segundo ela, enquanto o Villa Mix não se pronunciar e não mudar a atitude com os clientes, o grupo vai continuar com as denúncias.
A jovem Bianca* contou à reportagem que no aniversário de uma amiga entrou em contato com um promotor para conseguir entradas vip's, que ofereciam insenção do valor da entrada, e o funcionário teria perguntado se as garotas eram bonitas. "Eu afirmei que sim e só então ele nos deu o aval. No dia do evento, fomos para a entrada e passamos por um processo seletivo realizado pelas atendentes. Por fim, elas alegaram que as cortesias estavam esgotadas. Espero que o meu depoimento ajude as pessoas a entenderem que não precisam ir para um lugar onde são julgadas e discriminadas a troco de nada."
Defesa
O Villa Mix disse que as acusações expostas na casa são consideradas caluniosas e difamatórias. “Somos contra qualquer tipo de discriminação e não compactuamos, de forma alguma, com o que tem sido exposto nesse perfil. Prezamos pela qualidade da programação, além do conforto e segurança dos clientes, por isso não ultrapassamos a lotação máxima – o que pode gerar filas e a impossibilidade de entrada de mais pessoas no local”.
Questionado sobre o ingresso VIP, o estabelecimento informou, em nota, que essa é uma política da casa comum no mercado de festas noturnas de São Paulo.
(*) A reportagem usou nomes fictícios para preservar a identidade dos entrevistados.
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