Sob protestos e clamor por justiça, as famílias das vítimas da maior chacina da história de São Paulo velaram e sepultaram, na manhã deste sábado, os 18 mortos nos cemitérios municipais de Osasco e Barueri. Os parentes das vítimas executadas por mascarados na noite de quinta-feira, 13, cobraram as autoridades paulistas para que os assassinos sejam presos o quanto antes. A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública suspeita que policias militares foram responsáveis pela série de execuções.
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Justiça
A doméstica Maria José de Lima Filho, de 49 anos, desejou a “morte” dos assassinos que executaram o filho dela, o adolescente Rodrigo Lima da Silva, de 16 anos. “Deus me perdoe pelo que eu vou dizer, mas eles têm de morrer do mesmo jeito que meu filho”, afirmou. A mãe da vítima foi avisada por parentes sobre os disparos contra o jovem e correu até o local do crime. “Vi meu filho deitado em uma poça de sangue e essa imagem não sai da minha cabeça. Preciso de justiça.”
Silva não estudava e fazia bicos como entregador em um mercado de Osasco.
O operador de máquinas Jonas de Santos Soares, de 33 anos, foi enterrado ao lado de Oliveira. Eram amigos de infância. Ele deixou três filhos pequenos, de 4, 7 e 8 anos. “Espero a justiça de Deus. Sobre a da terra, nem sei o que esperar mais”, disse a mulher de Soares, Angela Maria Pereira, casada com ele há 12 anos. De acordo com ela, o marido estava de folga no dia e disse que ia beber uma última cerveja, antes de ir para casa.
Caseiro
Familiares e amigos do conferente Eduardo Cesar, de 25 anos, estavam desde às 8 horas no cemitério de Osasco. “Não tinha briga com ninguém. Era um pai de família, inocente”, disse a irmã, Denise Bernardino, de 24 anos. Ela teme que outras pessoas possam ser mortas. “Quem fez isso deve estar rindo agora. Deve estar planejando fazer o que fizeram ao meu irmão com mais gente.” Ele tinha uma filha que havia completado dois anos em julho. “Não fez nada de errado. Pelo contrário, quando eu aprontava alguma coisa, ficava na rua, ele mandava ir pra casa. Era um cara caseiro”, disse o irmão Marcos Roberto Cezar, de 34 anos..