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Estado de Minas

Suspeita de canibalismo em penitenciária de Pedrinhas é denunciada por promotor

Corpo foi esquartejado em 50 pedaços e o fígado servido entre os detentos


postado em 20/10/2015 12:33 / atualizado em 20/10/2015 12:33

Um homem identificado como Edson Carlos Mesquita da Silva, preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), foi torturado, morto, esquartejado e teve o fígado assado e servido entre os detentos, denunciou o promotor Gilberto Câmara Júnior, da 12ª Promotoria de Justiça de Substituição Plena.

Em entrevista a Rádio Imirante, o promotor revelou que a ação ocorreu próximo ao Natal de 2013, em uma unidade que abriga detentos condenados a regime fechado. O crime só foi denunciado muito tempo depois por uma testemunha que havia sido transferido de Pedrinhas. Gilberto contou que o homem identificado como Edson se envolveu em uma briga com integrantes de sua facção. Após ofender um dos líderes do grupo criminoso, ele foi amarrado e torturado por horas.

De acordo com o inquérito, após ser morto a facadas, Edson não teve o corpo entregue à direção do presídio. Ele foi dividido em 50 pedaços, espalhados em sacos plásticos colocados em diversas lixeiras. Até a cabeça não foi poupada. Seu fígado, contudo, foi assado em fogo em brasa e ingerido pelos executores. De acordo com o promotor, a vítima só foi reconhecida por causa de uma tatuagem. "Foi reconhecido por seu cunhado, em razão de uma tatuagem que a vítima possuía cuja inscrição homenageava a sua filha: 'Vitória razão do meu viver'", explica Câmara Júnior.

Os suspeitos do crime, segundo o Ministério Público, são: Rones Lopes da Silva (o Riony Boy), Geovane Sousa Lalahano (o Bacabal), Enilson Vando Matos Pereira (o Matias) e Samuro Rocha de Souza (o Santanás). O autores foram acusados por homicídio qualificado por motivo torpe e por meios que dificultaram a defesa da vítima , tortura e destruição e vilipêndio de cadáver.

O promotor contou que investiga outros dois casos de canibalismo, já confirmados, mas que a “Lei do Silêncio” que impera nos presídios dificulta a descoberta de crimes parecidos. O Complexo de Pedrinhas é considerado um dos mais violentos do país. Somente em 2013, 47 homicídios ocorreram dentro da unidade.

Ouça a entrevista ao repórter João Ricardo, do Rádio Mirante AM.


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