Um homem identificado como Edson Carlos Mesquita da Silva, preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), foi torturado, morto, esquartejado e teve o fígado assado e servido entre os detentos, denunciou o promotor Gilberto Câmara Júnior, da 12ª Promotoria de Justiça de Substituição Plena.
De acordo com o inquérito, após ser morto a facadas, Edson não teve o corpo entregue à direção do presídio. Ele foi dividido em 50 pedaços, espalhados em sacos plásticos colocados em diversas lixeiras. Até a cabeça não foi poupada. Seu fígado, contudo, foi assado em fogo em brasa e ingerido pelos executores. De acordo com o promotor, a vítima só foi reconhecida por causa de uma tatuagem. "Foi reconhecido por seu cunhado, em razão de uma tatuagem que a vítima possuía cuja inscrição homenageava a sua filha: 'Vitória razão do meu viver'", explica Câmara Júnior.
Os suspeitos do crime, segundo o Ministério Público, são: Rones Lopes da Silva (o Riony Boy), Geovane Sousa Lalahano (o Bacabal), Enilson Vando Matos Pereira (o Matias) e Samuro Rocha de Souza (o Santanás). O autores foram acusados por homicídio qualificado por motivo torpe e por meios que dificultaram a defesa da vítima , tortura e destruição e vilipêndio de cadáver.
O promotor contou que investiga outros dois casos de canibalismo, já confirmados, mas que a “Lei do Silêncio” que impera nos presídios dificulta a descoberta de crimes parecidos. O Complexo de Pedrinhas é considerado um dos mais violentos do país. Somente em 2013, 47 homicídios ocorreram dentro da unidade.
Ouça a entrevista ao repórter João Ricardo, do Rádio Mirante AM.