Em um depoimento público escrito em rede social, uma mãe denunciou um acidente ocorrido em um hospital de Brasília com o filho de apenas um ano. A criança, depois de um longo tratamento contra mastoidite - uma infecção bacteriana em estrutura óssea na orelha - e pneumonia, teria voltado para casa com queimaduras nos dois pés. Os ferimentos, segundo ela, teriam sido ocasionadas após vazamento de uma garrafa térmica deixada no berço do bebê por funcionários.
O bebê foi levado pelo pai da criança, Tomás Mendes, ao Hospital de Queimados Nelson Piccolo, na Asa Norte, nesta manhã de segunda-feira (26/10).Fernanda Aguiar, que é moradora de Águas Claras, afirma que o filho, Miguel, foi internado no Hospital Brasília, após um diagnóstico tardio da doença.
De acordo com o relato de Fernanda, “depois de inúmeros aborrecimentos, de um descaso sem tamanho, procedimentos equivocados, diagnóstico tardio, comida alterada, falta de acolhimento, inicialmente sete dias de internação que viraram 19 dias, sendo 14 deles na UTI Pediátrica”, o menino voltou pra casa na última sexta-feira, com uma queimadura de 2° grau nos dois pés, “cujas lesões assustam”.
O menino receberia alta médica na sexta, após tomar a última dose de antibióticos. Ele ficou sob os cuidados da avó materna, enquanto os pais voltavam para casa, em Águas Claras, para arrumar o quarto da criança. Por volta das 23h da quinta-feira, Fernanda recebeu uma ligação da mãe pedindo para que fosse ao hospital.
Ainda de acordo com o desabafo da mãe no Facebook, durante o transporte da criança para o quarto, onde ficaria em observação até o dia seguinte, Miguel foi colocado no berço junto a outros objetos pessoais, como mala, sacola de brinquedos e caixas de fraldas que, segundo Fernanda, haviam ficado no chão da UTI e não passaram por limpeza, podendo assim contaminar o bebê.
Uma garrafa térmica, que teria acabado de chegar da copa do hospital e era emprestada desde o início do tratamento para a higienização das mamadeiras, foi colocada dentro do berço para a transferência. A água fervente teria vazado e causado as queimaduras nos pés de Miguel. De acordo com a mãe, todo o processo teria sido supervisionado pela enfermeira responsável pela UTI Pediátrica.
Fernanda ainda afirma que, após o parecer do cirurgião geral, eles não receberam a visita do cirurgião plástico durante todo o dia, sendo atendidos por ele apenas à noite. O Hospital Brasília afirma que ainda vai se posicionar sobre um assunto, após uma reunião marcada para às 10h de hoje. Ainda não se sabe se os pais da criança registraram ocorrência policial.