Rio de Janeiro, 28 - Cerca de 500 mulheres, segundo as organizadoras, participaram nesta quarta-feira, 28, de um protesto no centro do Rio contra o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. A principal reivindicação do grupo é que a Câmara não aprove o projeto de lei 5.069/2013, de autoria de Cunha, que restringe o atendimento médico a mulheres vítimas de estupro e dificulta o aborto legal. No último dia 21, o projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara e agora está pronto para ir à votação no plenário.
Entoando em coro versos pelo direito de abortar, o grupo se reuniu em frente à Assembleia Legislativa às 17h30 e seguiu em caminhada até a Cinelândia, parando em frente ao prédio onde funciona o escritório político do deputado - mas Cunha estava em Brasília.
"Esse projeto é um absurdo, precisamos barrá-lo, mas muita gente nem sabe que existe. Manifestações são importantes para mostrar nosso descontentamento e para que as pessoas saibam que estão querendo restringir ainda mais o acesso ao aborto legal", afirmou Luisa Lima, estudante de História na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e participante de um coletivo de universitárias que ajudou a organizar o ato. "A ideia do ato foi das líderes do coletivo Marcha Mundial das Mulheres, e vários outros grupos aderiram", contou.
Além de criticado pelo projeto de lei, Cunha foi acusado de "ladrão" e "corrupto" pelas manifestantes. Entre as pessoas que viram a manifestação, alguns nem sabiam quem é o deputado. "Achei que (o protesto) fosse contra a Dilma", contou o vendedor de pipoca Altair Pereira, de 62 anos..