São Paulo, 12 - A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou, por meio de comunicado, que reforçou a operação da usina Candonga, da Aliança Energia, da qual a companhia é sócia. A decisão é decorrente da chegada, ao reservatório da usina, da lama proveniente do rompimento de duas barragens de rejeitos de mineração na região de Mariana (MG).
Conforme a empresa, os técnicos da Cemig foram chamados para reforçar a operação da usina, pois a situação ficou bastante complexa devido ao grande volume e velocidade da lama. "A Cemig ajudou na busca de uma solução para o problema, muito difícil de ser controlado", afirmou o gerente de Planejamento Energético, Marcelo de Deus Melo, na nota.
Após a passagem dos rejeitos, Candonga receberá operações de limpeza do reservatório e das comportas. Neste momento, explicou a Cemig, uma draga especial para limpeza de reservatórios emprestada da Usina Mascarenhas, da Escelsa, localizada no Espírito Santo, está na Usina Candonga para ajudar na recuperação do reservatório. O equipamento permite uma limpeza mais profunda, pois tem a característica de triturar sedimentos maiores.
Baguari
A Cemig também informou que os rejeitos chegaram, na manhã da última segunda-feira (09), à Usina Hidrelétrica Baguari, operada pelo Consórcio UHE Baguari, do qual a Cemig participa, e que seguiu todas as medidas definidas pela Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Nesta quarta-feira, a prefeitura de Baixo Guandu (ES) solicitou a Aliança Energia, responsável também pela Usina Hidrelétrica Aimorés, na divisa de Minas Gerais com o Espírito Santo, a retirada de água limpa para abastecimento de hospitais e escolas da região, utilizando o que ficou armazenado nas turbinas, enquanto os detritos liberados pelo rompimento de duas barragens em Mariana ainda não chegassem à usina.
"A Cemig também reforçou o corpo de técnicos para as usinas e está prestando todas as informações solicitadas pelas autoridades municipais, estaduais e federais que acompanham a situação do Rio Doce", declarou.
A estatal mineira ainda comentou que o monitoramento é constante, em regime de plantão, em todas as três usinas hidrelétricas instaladas no Rio Doce - Aimorés, Baguari e Candonga - que fazem parte das empresas do grupo. Hoje, o presidente da Cemig, Mauro Borges, visita a Candonga. As três usinas suspenderam a geração de energia e abriram os vertedouros após o desastre ambiental de Mariana, seguindo as determinações do ONS e ANA.