A maior preocupação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, não são organizações terroristas, como o Estado Islâmico, por exemplo. As atenções dos órgãos de segurança e inteligência estarão voltadas, principalmente, para os chamados “lobos solitários”, pessoas que conhecem, pela internet, a ideologia de uma organização terrorista e agem em prol dela sem jamais ter tido contato com seus membros.
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Sallaberry ressaltou, no entanto, que os eixos de segurança pública e de defesa, que junto com a inteligência, compõem a segurança dos Jogos Olímpicos, não farão alterações em virtude do ocorrido em Paris. Os investimentos, segundo ele, já foram “maciços” em várias áreas e são adequados.
A Abin abriu neste segunda-feira o Seminário Internacional Enfrentamento ao Terrorismo no Brasil, que reunirá durante toda a semana profissionais de segurança e inteligência dos Jogos de 2016. Em sua fala de abertura do evento, o diretor-geral da agência, Wilson Trezza, explicou que delegações de dez países são consideradas de “alta sensibilidade” a ações terroristas.
Trezza se referiu às delegações dos Estados Unidos, do Canadá, Egito, da França, Grã-Bretanha, do Irã, Iraque, de Israel, da Rússia e Síria.
Para os dois diretores da agência, o Brasil está pronto para receber os Jogos Olímpicos e oferecer a segurança adequada. “Temos um papel desafiador, mas nos consideramos à altura do desafio”, disse Trezza. Presente à abertura do seminário, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ricardo Berzoini, destacou a importância da cooperação internacional na prevenção de atentados terroristas.
“Precisamos trabalhar com muita cooperação internacional porque esse é um assunto que não se resume às fronteiras de cada país, como bem deixou claro os atentados em Paris e depois no Mali. A prevenção tem que ser internacional”, disse Berzoini. O ministrou mencionou o trabalho de segurança feito na Copa do Mundo de 2014 e acrescentou que as Olimpíadas contam com mais países e mais diversidade cultural e política.
“Evidentemente, as Olimpíadas têm muito mais países e com uma diversidade política e de relações internacionais muito mais complexa. Então, temos que redobrar os esforços, aproveitar o que foi feito na Copa e produzir iniciativas e resoluções que sejam capazes de melhorar o que já foi feito”.
O ministro também demonstrou cautela com o tema. Apesar de admitir não entender profundamente do assunto, disse que “todo cuidado é pouco” com atentados terroristas durante os jogos.