São Paulo, 09 - O ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI), reiterou nesta quarta-feira, 9, que o surto de microcefalia no País é uma situação "gravíssima", por isso o governo decretou estado de emergência nacional, em novembro. "Para terem ideia da gravidade, a última emergência nacional foi em 1917, por causa da gripe espanhola", informou Castro, em palestra promovida pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
O ministro repetiu à plateia que novas tecnologias, como vacina ou uso de mosquito transgênico, ainda não estão disponíveis para uso em escala. Por isso, explicou, o governo trabalha com métodos tradicionais de prevenção como destruição de criadouros do mosquito Aedes aegypti e uso de larvicida na água.
Castro reclamou ainda da crescente judicialização da Saúde, que está elevando progressivamente os custos da pasta. Segundo o ministro, neste ano a previsão é que o ministério gaste R$ 1,2 bilhão com processos, que, na sua maioria, dizem respeito à obrigação do governo de custear tratamentos mais caros. De acordo com ele, apesar de o número 'assustar', a grande preocupação é que "o gráfico é crescente". Em 2010, o custo foi de R$ 139 milhões.
O ministro defendeu que a Justiça não pode entender de forma literal a determinação da Constituição de que o Estado deve oferecer saúde aos cidadãos. "Isso não pode ser sem limites, temos que ter um pacto para dizer qual é o dever do Estado", afirmou.