Rio de Janeiro, 18 - Um estudo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) mapeou 120 espécies de animais e 78 áreas vulneráveis às atividades do setor petrolífero em todo o litoral brasileiro. A pesquisa foi divulgada na manhã desta sexta-feira, 18, no Rio de Janeiro.
Entre os animais, são 56 aves, 46 mamíferos e 18 répteis e anfíbios. As áreas consideradas estratégicas para proteção ambiental estão espalhadas em quase 8 mil quilômetros de litoral e incluem ilhas. Essa identificação, segundo os organizadores da pesquisa, servirá para agilizar o licenciamento do setor de petróleo e para a elaboração de planos de contingência a serem acionados em casos de desastres ambientais.
O trabalho recebeu financiamento do IBP, da ordem de R$ 20 milhões, e foi elaborado por meio do Acordo de Cooperação Técnica firmado em 2013 com o Ibama. O levantamento ficará disponível em um banco de dados e também servirá como fonte de informações para o Ibama conceder licenciamento ambiental.
"O risco é inerente na indústria do petróleo. Ela não controla esse risco, apenas gere. Saber quais as áreas críticas onde temos que incrementar a preservação vai evitar que não aconteça novamente um desastre como o de Mariana, em Minas Gerais, que afetou o Espírito Santo", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A presidente do Ibama, Marilene Ramos, afirmou que o projeto traz resultados que facilitarão o licenciamento e a fiscalização. "Teremos uma definição de onde pode ou não ter esse tipo de atividade.
Marilene Ramos declarou que confia nos dados coletados pelo IBP e não acredita em manipulação pela entidade, que representa as indústrias interessadas em explorar a atividade petrolífera. "Os dados são transparentes e podem ser questionados por outros pesquisadores", disse.
O presidente do IBP, Jorge Camargo, disse que o setor de petróleo e gás apresenta riscos ambientais, mas que acredita na possibilidade de a atividade ser sustentável. "Sabemos que nossa indústria precisa migrar para uma economia com baixo carbono, com nova matriz energética", afirmou..