Mercadante afirmou que sabia do caso há pelo menos três meses, quando ainda era ministro da Casa Civil. A Polícia Federal teria feito contato com a pasta e com o Ministério da Educação para solicitar informações sobre o argelino de 39 anos, naturalizado francês, que entre 2013 e 2014 recebeu R$ 56 mil como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e hoje tem salário de R$ 11 mil na universidade.
Sua especialidade é a física das partículas elementares, assunto que pesquisou quando fazia parte da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (Cern), na Suíça.
"O currículo acadêmico preenche todas as exigências. É um pesquisador altamente qualificado, com produção científica intensa. O problema não é se ele é professor, engenheiro ou estudante. Quando foi ter acesso ao visto de entrada, a pesquisa sobre a vida dele tinha de ter sido feita. Se tivesse indício de que houvesse, como no caso, condenação por práticas terroristas, sua entrada deveria ter sido bloqueada", disse.
Fórum
Em 2009, a inteligência francesa descobriu a participação de Hicheur em um fórum online utilizado por jihadistas, onde trocou mensagens com um membro da Al-Qaeda, indicando estar disposto a "trabalhar no seio da casa do inimigo central e esvaziar o sangue de suas forças". Hicheur foi preso e condenado a 5 anos de prisão.
Não houve, segundo Mercadante, nenhum contato do reitor da UFRJ com o MEC. O ministro afirmou que o caso, agora, compete à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça e à Advocacia-Geral da União (AGU). A assessoria de imprensa da Justiça afirmou que "um suposto caso de deportação é um processo administrado pela PF". Polícia e AGU não se manifestaram sobre o caso até o fechamento dessa reportagem.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..