O Estado de S. Paulo
publicou que, com 1,4 milhão de casos e 693 mortes, 2015 já tinha ultrapassado os dados de todos os anos desde 1990, quando as estatísticas começaram a ser monitoradas.
A taxa de óbitos é 82,5% e a de infecções, quase o triplo do que havia sido registrado em 2014. O pico de casos o foi registrado em abril. Nos últimos meses, no entanto, os registros voltaram a ganhar ritmo. A incidência aumentou em todas as regiões entre outubro e dezembro, colocando em alerta autoridades sanitárias.
Para o coordenador do Programa Nacional do Controle da Dengue, Giovanini Coelho, esse aumento deixa clara a necessidade de se combater o vetor da doença, o Aedes aegypti. "A tendência de aumento começa a se dar nesta época do ano.
Coelho atribuiu o número recorde de mortes provocadas pela dengue a dois fatores: a doença ter ocorrido sobretudo no Estado de São Paulo, provocando, em um primeiro momento, uma sobrecarga no atendimento dos serviços de saúde. Associado a isso, está o fato de a doença ter atingindo todas as faixas etárias, incluindo pessoas com mais de 60 anos. "Esse grupo é mais suscetível. Muitos pacientes já apresentam outras doenças, como diabetes e hipertensão. A dengue pode ajudar a descompensar problemas já existentes."
Há ainda uma outra hipótese, que, de acordo com Coelho, exige uma investigação mais aprofundada. Ele recorda que, em 2010, ano em que houve também um expressivo número de óbitos, o sorotipo de vírus de dengue com maior circulação era o 1. Ano passado, esse subtipo também foi predominante. "Há uma possibilidade de que esse subtipo acarrete um comprometimento mais sério em pessoas de faixas etárias mais elevadas", completou..