Microcefalia

Onda de temor toma conta de mulheres grávidas e em idade fértil

A associação dos casos de microcefalia com o zika vírus causou um pavor generalizado, principalmente entre as mulheres grávidas e aquelas em idade fértil.

Segundo a ginecologista e obstetra Adriana Scavuzzi, coordenadora do Centro de Atenção à Mulher do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), não há orientação formal para que as mulheres evitem a gravidez, mas os cuidados devem ser intensificados. “Elas precisam avaliar seu estado geral de saúde, tomar ácido fólico. O pré-natal precisa reforçar as boas práticas obstétricas e as mães devem fazer sua parte, protegendo o corpo com calças e blusas de manga comprida e recorrendo a repelentes e mosquiteiros.”

Em Pernambuco, onde o alto índice de casos exigiu a criação de um fluxo, mães com ultrassom suspeito só precisam ir aos hospitais de referência para confirmar diagnóstico. “Certeza de que a criança tem microcefalia só é possível após o nascimento e a tomografia. Mas o ultrassom pode dar indícios se as medidas da cabeça não estiverem na média esperada. Os casos em que é discreta a alteração na cabeça provavelmente não são percebidos ainda no útero. O ultrassom capaz de detectar o problema é aquele entre 32 e 35 semanas”, explica.

Desde que a notificação de gestantes com exantemas tornou-se obrigatória, entre 2 de dezembro de 2015 e 9 de janeiro de 2016, foram notificadas 464 gestantes nessa situação, de 55 municípios pernambucanos.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, desse total, cinco gestantes já apresentam confirmação de microcefalia intraútero. Adriana explica que todas as gestantes suspeitas, além do ultrassom em hospital de referência, precisam colher sangue e urina para a pesquisa do zika, já que têm sintomas. “É uma situação muito triste e que exigirá um esforço de todos, das famílias e das equipes envolvidas. Estamos vivendo uma ansiedade muito grande. Mas chega a ser comovente o apego dessas mães aos filhos e a adesão ao processo de diagnóstico. Elas nunca faltam”, comenta.

Enquanto isso...

EUA registram primeiro caso


O Departamento de Saúde do Havaí confirmou ontem que um bebê que nasceu com microcefalia no estado americano foi infectado pelo zika vírus. Segundo comunicado do órgão, a mãe pode ter contraído a doença quando visitou o Brasil, em maio do ano passado, e o bebê pode ter adquirido a infecção no útero. Na sexta-feira, o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CVC) recomendou que mulheres grávidas adiem viagens para 14 países e territórios nas Américas onde o zika vírus está circulando, incluindo o Brasil. A agência de saúde pública dos EUA também exortou as mulheres em idade fértil que estão tentando engravidar a consultar um profissional de saúde antes de viajar para esses países e tomar medidas para evitar picadas de mosquitos durante as suas viagens se decidirem visitar esses locais.

 

 

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