"Estamos pedindo que todos os governos monitorem a situação e notifiquem a OMS sobre eventuais casos", disse Christian Lindmeier, porta-voz da entidade. Essa foi a primeira vez que a organização na Suíça se pronunciou oficialmente sobre o caso. Até agora, todas as perguntas e mesmo os trabalhos eram realizados apenas pela Organização Pan-Americana de Saúde.
A transferência de competências para Genebra significa, segundo os funcionários, que existe o temor de uma proliferação para outros continentes e que a doença ganhou uma dimensão maior no "cenário global". "Já temos casos em Cabo Verde, ilhas na Oceania e não sabemos como é que a doença viaja, se uma pessoa pode contaminar outra e qual é a fonte do vírus", disse o porta-voz.
Por enquanto, a OMS não faz uma recomendação para que grávidas deixem de viajar ao Brasil. Mas alerta que todos os turistas devem "se proteger com métodos tradicionais, como repelentes, camisas de manga larga". Segundo Lindmeier, aos governos a recomendação é de que se combata a água parada e se elimine o mosquito.
A OMS admite que, diante dos poucos casos no passado que resultaram em sérios problemas, uma vacina jamais foi desenvolvida.
A OMS ainda não conseguiu estabelecer uma relação direta entre a microcefalia, que já atingiu 3,5 mil casos no Brasil, e o vírus. Mas afirma estar "trabalhando" ao lado das autoridades brasileiras e americanas para fazer avançar as pesquisas e "entender a ligação entre os dois casos e para estabelecer as causas".
Segundo a entidade, 46 mortes foram registradas, com sete casos laboratoriais confirmados. Cinco deles foram identificados pelo Centro de Controles dos Estados Unidos, com casos envolvendo brasileiros. "A origem da microcefalia precisa ser investigada. É um aumento desconhecido", admitiu o porta-voz..