Para chegar a essa probabilidade, a Funceme considera a atuação do fenômeno El Niño – que provoca o aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico equatorial. Segundo o presidente da fundação, Eduardo Sávio Martins, atualmente o fenômeno está com forte intensidade. “O cenário posto para fevereiro, março e abril é muito influenciado pela forçante do Pacífico, que também gera o aquecimento da bacia norte do Atlântico e influencia negativamente a nossa região.”
Desde os primeiros dias do ano, o Ceará vem tendo chuvas consideráveis, e a previsão é que elas se estendam até meados de fevereiro. No entanto, Martins esclarece que essas precipitações não têm ligação com a chamada quadra chuvosa, que vai de fevereiro a maio. Nesse caso, atua no estado um sistema chamado Vórtice Ciclônico de Altos Níveis, que é intermitente.
ALERTA
A possibilidade de mais um ano de seca coloca o Ceará em alerta. Segundo o secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, as chuvas da pré-estação, até agora, conseguiram aumentar o volume de alguns reservatórios pequenos. No entanto, na maioria dos açudes e barragens que abastecem a população, o volume de água está abaixo de 30%.
De acordo com o presidente da Funceme, o governo deve buscar recursos federais para continuar perfurando poços e construindo adutoras de montagem rápida. Em 2015, mais de mil poços foram perfurados e cerca de 200 quilômetros de adutoras foram montados para levar água a cidades a partir de reservatórios onde ainda havia água. Atividades produtivas que dependem dessas águas, como culturas irrigadas e carcinicultura (criação de crustáceos), também devem continuar com restrições. Em fevereiro, a Funceme vai atualizar o prognóstico climático para ao Ceará, abrangendo os meses de março, abril e maio..