Na UFPE, Amanda poderá ser chamada pelo seu nome social nos registros da universidade. O direito foi reconhecido através da portaria normativa n° 01, de 20 de fevereiro de 2015.
A militante mora na capital paulista e disse ter escolhido o Recife para estudar porque em São Paulo não existem universidades públicas com o curso de serviço social. “Santos tem, mas, para mim, significaria a mesma mudança de endereço, seja para o litoral ou para outro estado, como Pernambuco. No Recife, conheço algumas pessoas e tenho boas impressões da cidade e do curso de serviço social”, explicou.
Na chegada, Amanda vai cuidar da matrícula na UFPE, que acontece entre os próximos dias 22 e 26, e do novo emprego: trabalhar em cooperativas de reciclagem formadas por mulheres. O mesmo serviço que ela já desenvolvia em São Paulo.
Amanda sabe do significado de sua conquista.
A conquista da vaga na universidade aconteceu depois de pelo menos três tentativas. “Já tentei ciências sociais, história, mas nem sempre ia fazer as provas na segunda fase do concurso. No ano passado, tive uma crise de pânico no dia dos exames”, lembrou.
O tema da redação deste ano - A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira - ajudou Amanda a conquistar uma boa nota: 960. “Fiz um curso de formação política no Núcleo de Educação Popular, em São Paulo, e isso me ajudou muito com a redação, com filosofia e com história. Ajudou a aumentar minha nota”, destacou. Os pais e dois irmãos de Amanda também comemoraram a conquista e apoiaram a viagem dela para o Recife.
A ideia de Amanda é seguir carreira acadêmica, com mestrado e doutorado. A travesti conta ter interesse em pesquisa, além de intimidade com estudos de economia, política e gênero..