Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou no sábado, embora São Paulo tenha confirmado em laboratório a circulação interna do zika vírus só em três municípios - São José do Rio Preto, Sumaré e Piracicaba -, houve um aumento do número de crianças com microcefalia desde novembro de 2015. O total triplicou em relação à média observada nos anos anteriores. E cada vez mais cidades do interior relatam casos e suspeitas de microcefalia. O Estado, assim como o governo federal, só tem divulgado estatísticas gerais de microcefalia.
Este ano, até agora, não há relação entre recém-nascidos com a má-formação e relatos de zika em Ribeirão Preto, mas em 2015 foram investigados cinco casos. Uma das grávidas com sintomas compatíveis com o vírus teve filho com microcefalia.
Mais três mulheres grávidas apresentaram sintomas de contaminação pelo zika vírus, em Bauru. Com isso, o número de gestantes com suspeita de contaminação subiu para quatro só neste ano.
Preocupado, o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) pediu apoio ao Exército para combater o mosquito. Soldados do 37º Batalhão de Infantaria Leve iniciaram no sábado um trabalho de porta em porta.
Outros exames confirmaram que uma gestante de 31 anos foi infectada pelo zika em Americana. A grávida é moradora do Parque Gramado e está sendo acompanhada pela rede municipal. O resultado positivo foi divulgado na sexta, elevando para quatro os casos confirmados na região. Os demais foram registrados em Campinas (1) e em Sumaré (2). A área registra 15 casos importados da doença e tem outros 17 em investigação, entre importados e autóctones.
Em Sorocaba, dois casos de zika vírus foram confirmados na última semana. Outros oito estão em investigação. A confirmação ocorreu após exame laboratorial, mas são casos importados, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Uma paciente esteve no Rio de Janeiro e a outra em Ribeirão Preto. Ambas são acompanhadas pela rede pública de saúde.
A secretaria municipal ainda aguarda o resultado de exame de amostras de uma gestante cujo feto teve diagnóstico de microcefalia. As amostras foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (referência estadual) em dezembro, mas os resultados não ficaram prontos.
A chefe da Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto, Ana Alice Castro e Silva, explica que as novas suspeitas de zika podem confundir-se com as de dengue. Segundo ela, este ano já são 927 relatos identificados como dengue. Mas as características parecidas das doenças tornam difíceis a diferenciação e é elevado o número de pessoas procurando postos de saúde.