Já na comissão de frente, a opulência chamava a atenção. Os coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri foram à Argentina buscar a tecnologia para uma imensa bola de futebol, que era inflada e encobria a Fonte de Itororó, atração turística da cidade. No topo, o ator Mateus Renan encarnava Pelé, ora como jogador do Santos, ora como campeão do mundo, com o uniforme da Seleção. "É uma honra e uma responsabilidade fazer o papel do Pelé. Estamos ensaiando há quatro meses, inclusive na Argentina", contou Renan.
O carnavalesco Fábio Ricardo tem ligação pessoal com Santos - seu pai trabalhou no porto. Ao contar a história da cidade litorânea, transformou Itororó numa fonte de inspiração - teria sido a partir dali, ao beber das suas águas, que Pelé conquistou o mundo.
Ricardo lembrou de figuras ilustres, como José Bonifácio, patriarca da Independência, interpretado pelo ator santista Oscar Magrini. Dona Domitila, a amante de d.
Santos foi lembrada pela imigração de japoneses, italianos, espanhóis e alemães; pela cultura cafeeira, que impulsionou a cidade economicamente; e pelo porto, o mais importante do País; pelas belezas naturais e o surfe.
Pela contribuição ao esporte, Neymar e Pelé receberam homenagens especiais. Mas nenhum dos dois compareceu ao desfile. Pelé, por ordens médicas. "Ele mandou um vídeo, está andando com apoio de andador", contou o patrono, Leandro Soares. Já Neymar não foi liberado pelo Barcelona, que jogou contra o Levante. A irmã dele, Rafaella, foi destaque em um dos carros.
O Santos mereceu várias menções. Os ritmistas liderados pelo mestre Thiago Diogo vestiam uniforme do clube. Uma enorme bola inflável pairou por sobre a bateria, que fez cinco paradinhas, e teve à frente a atriz Paloma Bernardi. Toda de dourado, ela representava o troféu Tereza Herrera. A torcida santista também ganhou uma ala.
Como sempre, a escola veio recheada de artistas: Susana Vieira, Monique Alfradique, Tayla Ayala, Ana Hickman e Deborah Secco estavam entre as famosas que desfilaram na escola.
Veterana na Marquês de Sapucaí, Susana Vieira alfinetou rainhas de bateria "mais valorizadas" que os músicos. "Escola de samba é feita de dois tipos de pessoas. Da comunidade e de quem vem tirar uma casquinha.
Ela refutou a pecha de "escola dos artistas" que a Grande Rio ganhou. "Isso aqui é escola de comunidade. Desfilo há 18 anos, desde o grupo de acesso. Eu tenho orgulho de representar esse bairro carioca", disse referindo-se a Duque de Caxias, na verdade, um município da Baixada Fluminense..