Os Jogos Olímpicos do Rio’2016, em agosto, podem ficar sem algumas das maiores estrelas do esporte mundial. O Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC), líder nos quadros de medalha, orientou atletas e comissões técnicas a desistir de vir ao Brasil caso se sintam ameaçados pelo zika vírus. A questão foi discutida em janeiro, por uma teleconferência entre atletas, funcionários e dirigentes de federações esportivas norte-americanas. Segundo o presidente do conselho e membro da Federação de Esgrima, Donald Anthony, a orientação é de que ninguém deve vir à competição caso não se sinta confortável. Já Will Conell, da Federação Equestre, fez questão de deixar claro que a decisão cabe a cada atleta.
REFORÇO Barack Obama está pedindo ao Congresso norte-americano mais de US$ 1,8 bilhão em fundos de emergência para ajudar a combater o zika vírus. Em um anúncio ontem, na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos disse que o dinheiro seria usado para expandir programas de controle do mosquito, acelerar o desenvolvimento de uma vacina, aprimorar os exames de diagnóstico e ampliar o apoio a mulheres de baixa renda grávidas. “O que sabemos neste momento é que parece existir um risco significativo para mulheres grávidas e para aquelas que estão pensando em engravidar”, disse Obama.
O pedido para o Congresso é separado do orçamento para o próximo ano fiscal que Obama apresentará ao Congresso hoje: a Casa Branca busca obter recursos para combater a zika mais rapidamente do que o processo orçamentário regular permitiria. Funcionários da administração devem conversar, ainda hoje, sobre o plano de prevenção da zika com o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, e outros líderes do Congresso. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), há 26 países e territórios nas Américas com transmissão local do vírus da zika. Até o momento, não houve transmissão do vírus por mosquitos dentro dos Estados Unidos, mas alguns americanos voltaram infectados para os EUA de locais afetados.
A maior parte do dinheiro seria alocada para lançar programas de educação e estabelecer equipes de resposta rápida, além de melhorar a capacidade laboratorial. O Brasil se beneficiaria diretamente dessa última ação, já que os exames que confirmaram os 17 casos de microcefalia já relacionados ao zika estão sendo feitos nos Estados Unidos. O Ministério da Saúde e os estados ainda investigam 3.670 casos suspeitos da malformação. Além disso, 404 casos já tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central e outros 709 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.783 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 30 de janeiro, no Brasil.
Cerca de US$ 250 milhões seriam alocados em assistência especificamente para Porto Rico. A ilha está no meio de uma crise fiscal. Mais US$ 200 milhões seriam para a pesquisa e comercialização de novas vacinas e exames de diagnóstico. O restante, cerca de US$ 335 milhões, seria para a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. O dinheiro ajudaria os países afetados na América do Sul, América Central e Caribe para fornecer treinamento aos funcionários do setor de saúde, estimular a pesquisa por parte do setor privado e ajudar as mulheres grávidas a obter acesso a repelentes, para proteção contra mosquitos.
Segundo a Casa Branca, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças registrou 50 casos confirmados em laboratório entre americanos que viajaram, entre dezembro do ano passado e o dia 5 de fevereiro. Até o momento, o único caso recente de transmissão dentro dos EUA ocorreu no Texas e acredita-se que se deu através do contato sexual. O governo norte-americano pretende levantar US$ 250 milhões em fundos para ajudar Porto Rico a lutar contra o aumento do número de casos de pessoas infectadas com o zica vírus, após uma autoridade local ter declarado estado de emergência na saúde pública. Porto Rico é um dos territórios dos Estados Unidos.