Ministro da Saúde reforça combate ao Aedes aegypti em Salvador

Agência Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, reforça o combate ao mosquito transmissor da dengue, em Salvador, na Bahia - Foto: Sayonara Moreno/Agência Brasil

O combate ao mosquito Aedes aegypti em todo o Brasil, também ganhou força na Bahia: 6,6 mil militares das Forças Armadas participaram neste sábado do Dia Nacional de Mobilização contra o Mosquito Aedes aegypti, em conjunto com agentes de saúde de todo estado.

Em Salvador, a operação contou com o reforço do Ministro da Saúde, Marcelo Castro, do Secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas e do Secretário de Saúde do município, José Antonio Rodrigues Alves.

Desde o início do dia, cerca de dois mil militares foram às ruas, em pontos estratégicos da cidade, como o Mercado Modelo, a rodoviária, o porto e o aeroporto, para conscientizar a população sobre os riscos da proliferação do Aedes aegipty, que transmite a dengue, a chikungunya e o vírus Zika.

“Estamos distribuindo os panfletos para orientar os moradores sobre o risco das doenças, alguns ainda não têm noção da gravidade. No panfleto explica tudo o deve ser feito em casa para manter tudo limpo. As pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre isso e nós vamos tirá-las aos poucos”, disse o sargento do Exército, Luca Mendes, um dos dois mil homens das forças armadas a atuar na capital.

Diante do aumento de casos de vírus Zika no mundo e da relação entre o vírus em gestantes e casos de malformação fetal, como a microcefalia, o ministro da Saúde lembrou que uma força-tarefa com pesquisadores internacionais estuda o desenvolvimento de uma vacina contra o zika.

“Esse vírus já circula em 24 países. No próximo dia 18, vamos traçar um plano de trabalho com pesquisadores internacionais, para o desenvolvimento de tratamentos, do controle dos vetores e, principalmente, de vacinas. Então, nós calculamos que, com esse esforço conjunto teremos essa vacina num prazo de três anos. Enquanto isso não vem, nós só temos uma arma: combater o mosquito transmissor dessas doenças”, disse Marcelo Castro.

O Secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, disse que as visitações e limpeza nas casas já vêm acontecendo em todos os municípios do estado, mas na próxima semana serão intensificadas com o apoio dos militares.

“As forças armadas ajudam nos recursos humanos e dão apoio logístico. O trabalho é priorizado em todas as cidades da Bahia, mas nós elegemos 100 municípios com a maior incidência dos três vírus e o maior número de casos de microcefalia, porque não tem efetivo das forças armadas para todas as cidades”, declarou.

O morador do bairro litorâneo do Costa Azul, Abdala Neto, vive com a família em um apartamento e disse que a vizinhança sempre se une para combater os focos do mosquito. “Cabe ao povo brasileiro se unir e mostrar que em qualquer problema grave, sempre estamos juntos.
E essa guerra, nós iremos ganhar”, declarou, otimista.

O Secretário de Saúde de Salvador, José Antônio Rodrigues, contou que, na capital, os trabalhos serão intensificados em 76 áreas que apresentaram os maiores índices de infestação predial e focos do Aedes aegypti, ao longo do ano.

“A nossa meta é fazer, nos próximos três meses, toda a operação equivalente a um ano. Os distritos sanitários prioritários são do Subúrbio Ferroviário, Cabula Beiru, da Boca do Rio e Itapuã: são consideradas áreas quentes, de forte atuação nossa, nesse período.”

Na Bahia, outros municípios também realizaram atividades de conscientização neste dia D: Feira de Santana, Barreiras, Paulo Afonso, Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista, Juazeiro, Camaçari, Porto Seguro, Alagoinhas, Jequié e Santo Antônio de Jesus. Em todas as cidades, o combate será intensificado na terceira etapa da campanha, que vai ocorrer na próxima semana, entre os dias 15 e 18.

Denúncias e dúvidas


Ana Rita Rocha, moradora do Bairro Plataforma, no subúrbio da cidade, leu nos panfletos, que recebeu hoje, que moradores também podem denunciar locais onde há risco de focos do mosquito se instalarem. Ela conta que vai denuciar o caso de um vizinho que, segundo ela, não limpa o quintal e coloca a vizinhança em risco. “Ele não limpa e não pede a ninguém para fazer isso. Acabei de pegar o número de denúncia no panfleto e vou ligar, porque não adianta se entre 10 casas, apenas três atuarem no combate: a doença chega em todo mundo”, declarou.

A Bahia também lançou um aplicativo para celular, o Caça-Moquito, para encorajar a população a denunciar casos de focos do Aedes aegipty. O aplicativo, disponível no google play, serve como base para que os órgãos de saúde enviem agentes ao possível criadouro. Mais de 10 mil aparelhos têm a ferramenta, que já registrou mais de 30 mil notificações. O aplicativo está disponível para smartphones android.

Em Salvador, as denúncias também podem ser feitas pelo telefone (71) 3202-1808 e dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone 136..