A paciente, que não teve o nome divulgado, fez o pré-natal em clínica particular. Ao apresentar os primeiros sintomas de zika, procurou o Instituto Nacional de Infectologia, da Fiocruz.
A cesariana estava marcada para a semana que vem. Mas a paciente sentiu-se mal, voltou ao médico e foi diagnosticada a morte da criança havia pelo menos dez dias. A Fiocruz encaminhou-a para a Maternidade Municipal Carmela Dutra, na zona norte carioca, onde passou por cirurgia para a retirada do feto. A mulher passa bem e a previsão é que receba alta nesta quarta-feira, 17.
Em nota, o IFF informou que tem feito exames de ultrassom e doppler em grávidas com suspeita de infecção pelo vírus zika, encaminhadas pelas demais unidades da Fiocruz. Após a avaliação, as mulheres são orientadas a retornar ao pré-natal de origem ou a dar continuidade no pré-natal no IFF. O texto não esclarece em qual dos casos se enquadrou a mulher que perdeu o bebê nem informa se a criança tinha microcefalia ou alguma outra lesão no cérebro que pode ser compatível com infecção por zika.
"Diversos fatores podem influenciar o desfecho de uma gravidez. Além disso, somente a realização de exames complementares pode atestar o motivo de óbitos fetais", divulgou o texto distribuído.
Ainda não é possível saber se a criança havia sido contaminada pelo vírus. Pesquisa de grupo de cientistas da Fiocruz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto D'Or e Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto, da Paraíba, divulgada esta semana, mostrou que o zika pode permanecer no feto por toda a gestação.
Nos casos analisados, o vírus havia sido identificado no líquido amniótico de duas grávidas que tiveram a doença em Campina Grande (PB). Os bebês morreram 48 horas depois do nascimento.
Em ambos os casos, o perímetro cefálico era normal. No entanto, as crianças apresentavam outros sinais de má-formação: calcificações no cérebro, que eram pouco desenvolvidos, ventriculomegalia (ventrículos cerebrais alargados) e rigidez nas articulações (artrogripose)..