Foi do médico de Natal o primeiro alerta para a Academia Brasileira de Neurologia, em junho passado, associando zika e Guillain-Barré.
Questionado se caso haja epidemia de zika em todo o País também haverá epidemia de Guillain-Barré, Dourado diz que "vai significar o aumento de casos em todo o País. Na verdade, foi o que aconteceu em Natal em maio do ano passado. Entre 1994 e 2014, a média era de 13 casos ao ano. Eu via um caso por mês. Em março de 2015, houve três casos, o que já me chamou a atenção.
Sobre qual o desafio para a saúde pública de tantos casos de Guillain-Barré num momento só, ele diz que "é um problema sério; 30% dos pacientes que têm a forma clássica da síndrome podem desenvolver insuficiência respiratória. Esses pacientes precisam ser tratados em ambiente hospitalar, em instituições que tenham unidade intensiva, vão precisar de respiração artificial. Imagino que será uma situação catastrófica se a gente não tiver leitos em unidade intensiva".
Sobre a importância de saber qual infecção levou à síndrome de Guillain-Barré, o neurologista conta que "essa é uma doença autoimune. É você atacando você mesmo. Mas a gente sabe que essa resposta é desencadeada por um agente infeccioso. Temos de saber em cada Estado o que leva à Guillain-Barré".
Segundo ele, o que a ciência ainda precisa saber sobre Guillain-Barré "do ponto de vista científico, é importante descobrir como cada micróbio lesa o nervo, como ele age para provocar a síndrome. Dessa forma, podemos descobrir medicamentos mais efetivos. Guillain-Barré deve ser uma doença de notificação obrigatória".
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