A confirmação ocorreu ano passado. Desde então, o Ministério da Saúde procurou reforçar as orientações para que pessoas com suspeita da doença não doem sangue, pelo menos, até um mês depois do aparecimento dos sintomas. Postos de coleta foram orientados a tornar mais rígida as entrevistas. O problema é que em 80% dos casos, pessoas com a infecção não apresentam sintomas. Daí a discussão do desenvolvimento do teste NAT.
Embora o governo inicie entendimentos para adoção de um novo teste, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, garantiu que o sangue usado em transfusão no Brasil é seguro.
O secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, afirmou que o exame, batizado de NAT, deverá ser desenvolvido em cerca de seis meses.
O teste NAT já é usado para identificar a contaminação de bolsas de sangue por hepatites C e B, além HIV. O exame, considerado mais seguro que testes usados no passado para essas doenças, identifica a presença de traços de vírus na amostra analisada. A ideia é que o exame passe a incorporar, além dessas doenças, o zika. Para isso, pesquisadores deverão, na primeira fase, fazer a coleta de vírus de cerca de 300 pacientes contaminados pelo vírus, residentes em várias regiões do País. A estratégia é feita para afastar o risco de que o exame use como padrão apenas uma variação do vírus.
"Fiocruz pode se transformar em referência mundial na realização deste teste", afirmou Beltrame. Um dos desafios é realizar o NAT de forma rápida e num maior número de bolsas possível. O grupo que acertou os acordos da cooperação determinou ainda que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Fundação de Drogas e Alimentos (FDA) acompanhem todas as etapas do processo do desenvolvimento do kit e das pesquisas clínicas para avaliar a segurança do teste. Além do acompanhamento simultâneo, as agências ajustariam as exigências para que elas sejam similares, o que evitaria duplas avaliações. A intenção é que o teste possa ser usado também em outros países..