A Organização Mundial da Saúde (OMS) está tranquila com os registros do zika vírus no Brasil a poucos meses dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Segundo a entidade, os cariocas organizarão uma competição “fantástica” na questão sanitária. A avaliação é de Bruce Aylward, diretor executivo para epidemias e emergências da OMS. Segundo a agência de notícias Associated Press, o vírus estará sob controle até o início dos Jogos Olímpicos, em 5 de agosto. De acordo com Aylward, a população do mosquito Aedes aegypti deverá diminuir consideravelmente, uma vez que será inverno na cidade.
Outro ponto levantado para afastar o risco de contaminação, segundo o diretor, é o fato de as sedes olímpicas ficarem em um perímetro restrito, tornando mais fácil o controle dos mosquitos”. O Brasil terá uma Olimpíada fantástica e de muito sucesso. O mundo todo estará lá. Gostaria muito de estar, mas haverá outros tipos de problemas e serão muitos. Estarei em outra parte do planeta”, afirmou Aylward.
Também ontem, a OMS afirmou que as evidências que apontam para a associação entre o zika vírus e a microcefalia são cada vez mais fortes, mas ainda pode levar de 4 a 6 meses para provar definitivamente que a relação existe. Apesar de a OMS reiterar que ainda faltam evidências mais conclusivas sobre a relação entre zika e microcefalia.
A organização informou também, segundo a Reuters, que convocará um grupo de discussão sobre o controle do mosquito Aedes aegypti para daqui a três ou quatro semanas. O grupo deve avaliar estratégias novas, incluindo o mosquito geneticamente modificado. O Aedes é responsável pela transmissão dos vírus do zika, dengue, chikungunya e febre amarela. Também foi anunciada uma reunião em março que deve discutir os rumos das pesquisas para diagnóstico e desenvolvimento de vacina contra o zika vírus.
Na próxima semana, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, de 68 anos – sanitarista natural de Hong Kong que dirige a organização desde 2007 –, vai discutir com a presidente Dilma Rousseff como coordenar os esforços brasileiros para combate à doença com o plano global contra o vírus, lançado na última segunda-feira. Em 1º de fevereiro, a OMS declarou emergência de saúde pública internacional devido ao aumento de casos de microcefalia no Brasil, possivelmente relacionado ao zika vírus.
Zika Zero Na mesma linha da OMS, a presidente Dilma Rousseff reafirmou que os casos de zika não prejudicarão as Olimpíadas 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro. A presidente disse que o período de maior incidência de proliferação do mosquito Aedes aegypti é de janeiro a junho, “no máximo julho”, e os jogos ocorrem de 5 a 21 de agosto. A afirmação foi feita durante aula para alunos do Colégio da Polícia Militar Alfredo Vianna, em Juazeiro (BA), como parte da Campanha Zika Zero nas Escolas.
“A Olimpíada é em agosto, e nesse momento haverá uma queda vertiginosa (dos casos de contaminação) por conta da temperatura no país”, afirmou. A presidente disse que o governo tomará com os visitantes estrangeiros as mesmas precauções dadas aos brasileiros, mas que a cidade do Rio de Janeiro e outros locais de competição estão recebendo uma atenção especial.
Ela lembrou que, no último dia 13, dos 220 mil homens das Forças Armadas que participaram da campanha contra o mosquito, 70 mil estavam no Rio. “Vamos ter no Rio todo o cuidado para que nossos visitantes, principalmente se houver mulheres grávidas, tenham consciência de que é fundamental usar repelente e mangas compridas”, acrescentou.
Origem Durante a aula, que durou quase uma hora, Dilma falou sobre a origem do zika vírus, sua chegada ao Brasil em 2015 e o aviso do governo de Pernambuco, em outubro do ano passado, sobre a possível relação com o aumento nos casos de microcefalia. “Começou na região costeira do Nordeste, mas está descendo rapidamente para o restante do país. Tinha poucos casos no Rio Grande do Sul, mas agora já são 30”, contou.
Ela lembrou que pesquisas mostram que dois terços dos criadouros do mosquito estão dentro das casas, e pediu para que todos gastem 15 minutos, uma vez na semana, para verificar suas residências e eliminar esses possíveis focos de proliferação. “O mosquito não pode ser mais forte que um país inteiro”, afirmou. Mais cedo, ela visitou a fábrica Moscamed Brasil, que trabalha com o desenvolvimento de mosquitos transgênicos e esterilizados, usados para reduzir a reprodução do Aedes aegypti.
Ministro defende união de esforços
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, pediu ontem a união de esforços entre governo e sociedade para eliminar o mosquito Aedes aegypti. A ação faz parte da chamada Mobilização Nacional da Educação Zika Zero, que ocorre com ações em 27 capitais e outros 115 municípios considerados prioritários no combate ao mosquito. Castro chegou a acompanhar os alunos em vistoria procurando eventuais focos do mosquito. Mais cedo, antes da chegada dele, soldados encontraram uma larva, mas não foi possível identificar se era do Aedes aegypti. Exames feitos por laboratórios ligados ao Ministério da Saúde apontam a relação entre o zika vírus e a epidemia de microcefalia, que atinge principalmente o Nordeste. A microcefalia é uma malformação em que os bebês nascem com a cabeça menor do que o normal e, no geral, leva ao retardo mental. O Ciman, escola visitada pelo ministro, é particular.
As aulas na rede pública do Distrito Federal ainda não começaram, devido a uma greve ocorrida no ano passado, que atrapalhou o calendário letivo. Enquanto a recepção a Marcelo Castro foi protocolar, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, gozou de maior simpatia, sendo tietado por alguns alunos. “E esse mosquito? Vamos para cima dele ou não vamos?”, questionou o ministro aos alunos ao chegar à escola. O governador Rodrigo Rollemberg destacou que os casos de dengue no DF no começo deste ano subiram 210% em relação ao mesmo período de 2015. Ele também defendeu a mobilização da sociedade e pediu que os alunos sensibilizem os pais para combater o mosquito. “Boto a maior fé em vocês”, disse o governador.
Durante a campanha ontem, vários ministros e secretários visitaram escolas espalhadas pelo país como parte da mobilização contra o Aedes aegypti. É uma continuidade das ações do último sábado, quando todos os ministros e vários secretários participaram de ações de cidades de todo o Brasil. No geral, o ministro foi bem didático ao explicar as doenças transmitidas pelo mosquito. “Se fosse fácil, já teríamos feito (a eliminação do mosquito). Ele vive em 113 países, que não conseguiram elimina-lo. A luta está perdida? Vamos baixar a guarda, jogar a toalha? De maneira nenhuma”, discursou o ministro para cerca de 200 alunos. Após a visita à escola, ele seguiu para a Universidade de Brasília, ainda como parte da mobilização nacional.
Outro ponto levantado para afastar o risco de contaminação, segundo o diretor, é o fato de as sedes olímpicas ficarem em um perímetro restrito, tornando mais fácil o controle dos mosquitos”. O Brasil terá uma Olimpíada fantástica e de muito sucesso. O mundo todo estará lá. Gostaria muito de estar, mas haverá outros tipos de problemas e serão muitos. Estarei em outra parte do planeta”, afirmou Aylward.
Também ontem, a OMS afirmou que as evidências que apontam para a associação entre o zika vírus e a microcefalia são cada vez mais fortes, mas ainda pode levar de 4 a 6 meses para provar definitivamente que a relação existe. Apesar de a OMS reiterar que ainda faltam evidências mais conclusivas sobre a relação entre zika e microcefalia.
A organização informou também, segundo a Reuters, que convocará um grupo de discussão sobre o controle do mosquito Aedes aegypti para daqui a três ou quatro semanas. O grupo deve avaliar estratégias novas, incluindo o mosquito geneticamente modificado. O Aedes é responsável pela transmissão dos vírus do zika, dengue, chikungunya e febre amarela. Também foi anunciada uma reunião em março que deve discutir os rumos das pesquisas para diagnóstico e desenvolvimento de vacina contra o zika vírus.
Na próxima semana, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, de 68 anos – sanitarista natural de Hong Kong que dirige a organização desde 2007 –, vai discutir com a presidente Dilma Rousseff como coordenar os esforços brasileiros para combate à doença com o plano global contra o vírus, lançado na última segunda-feira. Em 1º de fevereiro, a OMS declarou emergência de saúde pública internacional devido ao aumento de casos de microcefalia no Brasil, possivelmente relacionado ao zika vírus.
Zika Zero Na mesma linha da OMS, a presidente Dilma Rousseff reafirmou que os casos de zika não prejudicarão as Olimpíadas 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro. A presidente disse que o período de maior incidência de proliferação do mosquito Aedes aegypti é de janeiro a junho, “no máximo julho”, e os jogos ocorrem de 5 a 21 de agosto. A afirmação foi feita durante aula para alunos do Colégio da Polícia Militar Alfredo Vianna, em Juazeiro (BA), como parte da Campanha Zika Zero nas Escolas.
“A Olimpíada é em agosto, e nesse momento haverá uma queda vertiginosa (dos casos de contaminação) por conta da temperatura no país”, afirmou. A presidente disse que o governo tomará com os visitantes estrangeiros as mesmas precauções dadas aos brasileiros, mas que a cidade do Rio de Janeiro e outros locais de competição estão recebendo uma atenção especial.
Ela lembrou que, no último dia 13, dos 220 mil homens das Forças Armadas que participaram da campanha contra o mosquito, 70 mil estavam no Rio. “Vamos ter no Rio todo o cuidado para que nossos visitantes, principalmente se houver mulheres grávidas, tenham consciência de que é fundamental usar repelente e mangas compridas”, acrescentou.
Origem Durante a aula, que durou quase uma hora, Dilma falou sobre a origem do zika vírus, sua chegada ao Brasil em 2015 e o aviso do governo de Pernambuco, em outubro do ano passado, sobre a possível relação com o aumento nos casos de microcefalia. “Começou na região costeira do Nordeste, mas está descendo rapidamente para o restante do país. Tinha poucos casos no Rio Grande do Sul, mas agora já são 30”, contou.
Ela lembrou que pesquisas mostram que dois terços dos criadouros do mosquito estão dentro das casas, e pediu para que todos gastem 15 minutos, uma vez na semana, para verificar suas residências e eliminar esses possíveis focos de proliferação. “O mosquito não pode ser mais forte que um país inteiro”, afirmou. Mais cedo, ela visitou a fábrica Moscamed Brasil, que trabalha com o desenvolvimento de mosquitos transgênicos e esterilizados, usados para reduzir a reprodução do Aedes aegypti.
Ministro defende união de esforços
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, pediu ontem a união de esforços entre governo e sociedade para eliminar o mosquito Aedes aegypti. A ação faz parte da chamada Mobilização Nacional da Educação Zika Zero, que ocorre com ações em 27 capitais e outros 115 municípios considerados prioritários no combate ao mosquito. Castro chegou a acompanhar os alunos em vistoria procurando eventuais focos do mosquito. Mais cedo, antes da chegada dele, soldados encontraram uma larva, mas não foi possível identificar se era do Aedes aegypti. Exames feitos por laboratórios ligados ao Ministério da Saúde apontam a relação entre o zika vírus e a epidemia de microcefalia, que atinge principalmente o Nordeste. A microcefalia é uma malformação em que os bebês nascem com a cabeça menor do que o normal e, no geral, leva ao retardo mental. O Ciman, escola visitada pelo ministro, é particular.
As aulas na rede pública do Distrito Federal ainda não começaram, devido a uma greve ocorrida no ano passado, que atrapalhou o calendário letivo. Enquanto a recepção a Marcelo Castro foi protocolar, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, gozou de maior simpatia, sendo tietado por alguns alunos. “E esse mosquito? Vamos para cima dele ou não vamos?”, questionou o ministro aos alunos ao chegar à escola. O governador Rodrigo Rollemberg destacou que os casos de dengue no DF no começo deste ano subiram 210% em relação ao mesmo período de 2015. Ele também defendeu a mobilização da sociedade e pediu que os alunos sensibilizem os pais para combater o mosquito. “Boto a maior fé em vocês”, disse o governador.
Durante a campanha ontem, vários ministros e secretários visitaram escolas espalhadas pelo país como parte da mobilização contra o Aedes aegypti. É uma continuidade das ações do último sábado, quando todos os ministros e vários secretários participaram de ações de cidades de todo o Brasil. No geral, o ministro foi bem didático ao explicar as doenças transmitidas pelo mosquito. “Se fosse fácil, já teríamos feito (a eliminação do mosquito). Ele vive em 113 países, que não conseguiram elimina-lo. A luta está perdida? Vamos baixar a guarda, jogar a toalha? De maneira nenhuma”, discursou o ministro para cerca de 200 alunos. Após a visita à escola, ele seguiu para a Universidade de Brasília, ainda como parte da mobilização nacional.