A vacina, que será desenvolvida pelo Butantan em parceria com o National Institutes of Health, nos Estados Unidos, tem potencial para proteger contra os quatro tipos de vírus da dengue com uma dose. Ela será produzida com os vírus vivos, mas geneticamente enfraquecidos, com o objetivo de não provocar a doença. A expectativa do instituto é disponibilizá-la em 2018.
A vacinação de um grupo de 1,2 mil voluntários tem início hoje mesmo, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Eles têm entre 2 e 59 anos e residem na capital e na região metropolitana de São Paulo. Nesta segunda, dez pessoas serão vacinadas. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o cadastro de interessados em participar do estudo passa de dois mil.
Nesta etapa da pesquisa, dois terços dos voluntários serão vacinados e um terço receberá placebo - uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem o vírus, ou seja, sem efeito.
Os participantes serão acompanhados por um período de cinco anos, em que será verificada a duração da proteção oferecida pela vacina. O acompanhamento será feito por visitas programadas para coleta de amostras, contatos telefônicos e mensagens por celular.
O HC é um dos 14 centros credenciados pelo Butantan para a realização dos testes. Além do Hospital das Clínicas, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo também foi credenciada para a realização dos testes na fase 3. A Secretaria Estadual da Saúde informou que o cronograma de vacinação de outros 12 centros será divulgado em breve.
Podem ser voluntários da pesquisa pessoas que estejam saudáveis, que já tiveram ou não dengue e que se enquadrem nas três faixas etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos. Os interessados em participar devem enviar e-mail para sac@butantan.gov.br.
A previsão do Ministério da Saúde é um investimento federal de R$ 300 milhões para os estudos do Butantan. O governo analisa outros R$ 100 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de um contrato da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Outros R$ 100 milhões podem ser investidos ainda pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES)..