Os sintomas de Maria das Graças começaram nas mãos e na fala - rouquidão até perder completamente a voz. Voltou diariamente ao hospital, até perder totalmente os movimentos no quinto dia de sintomas. Só então foi atendida por um neurologista, que diagnosticou a síndrome. Foram 20 dias na UTI, com dores fortíssimas.
Quando começou a melhorar, teve trombose na perna esquerda. "Nunca poderia imaginar que passaria tudo isso por causa de um mosquito."
Já quem vê o vigilante João Maria da Silva Fonseca, de 35 anos, chegar de motocicleta ao Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal, não imagina que esteve completamente paralisado há poucos meses. Fonseca corria numa praça perto de casa, em João Câmara, cidade a 72 km da capital, quando sentiu uma fisgada no tornozelo. No dia seguinte, a dor passou para a panturrilha. No terceiro, andava se escorando nas paredes. Caiu durante o banho e não se levantou mais. Passou 20 dias na UTI. "Um dia, tentei levantar o braço para espreguiçar e ele caiu para trás. O rosto paralisou todo."
Entrou em depressão. Os amigos que iam visitá-lo tinham crises de choro. "Ninguém na minha cidade acreditava que eu voltaria a andar. Hoje eu corro na pracinha e as pessoas vêm falar comigo", relatou.
Silva e a mulher, a manicure Tatiane Chris Pereira Fonseca, de 23 anos, tiveram zika. Depois que o vigilante recebeu alta, descobriram que o foco de Aedes estava na casa vizinha: uma carcaça de geladeira abandonada.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..