A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu as medidas tomadas pelo governo nacional para combater o Aedes aegypti, transmissor do Zika Vírus. A informação é do médico Sergio Cortes, com base no relato da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. As suspeitas de associação do Zika com a microcefalia em bebês fez com que a OMS declarasse alerta mundial em relação ao vírus, que tem o Brasil como um dos epicentros da epidemia. No entanto, a organização reconheceu que o país agiu rápido para mobilizar e orientar a população sobre os cuidados com o mosquito Aedes aegypti.
Entre as medidas adotadas está a mobilização das Forças Armadas para visitar as residências, reporta Sergio Cortes. Os militares vistoriaram casas com o intuito de levar informação para os moradores de aproximadamente 350 cidades brasileiras. As visitas são importantes porque, segundo o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, 80% dos espaços propícios para a procriação do Aedes aegypti estão localizados em propriedades privadas, lembra Sergio Cortes Assim, a conscientização dos cidadãos ganha papel relevante no controle do Zika. Em fevereiro o país declarou o Dia Nacional de Mobilização contra o Aedes aegypti como uma das medidas para o controle do mosquito. Na ação, as autoridades pediram para que a população realizasse vistorias frequentes nas casas e locais de trabalho, a fim de diminuir a proliferação do agente causador da dengue, chikungunya e do zika
O Brasil também recebeu a visita da presidente da OMS, Margaret Chan, que demonstrou confiança no país em relação ao combate às doenças ligadas ao Aedes aegypti. Chan disse que o governo brasileiro conseguiu estabelecer uma rápida comunicação com as entidades internacionais para facilitar o controle sobre os casos de microcefalia. No entanto, a presidente da OMS alertou que há a necessidade do governo estar preparado para possíveis surpresas, uma vez que o Zika ainda é cercado por incertezas. Em entrevista coletiva, ela disse que a expansão geográfica do vírus o torna a maior ameaça de saúde dos últimos tempos.
Atualmente o governo brasileiro trabalha em parceria com a OMS e com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) no combate ao Aedes aegypti. Sobre os casos de má-formação no cérebro de bebês, com suspeitas de estarem associados ao Zika, o governo brasileiro afirmou que já possui encaminhadas medidas para permitir o diagnóstico e tratamentos. Isso porque o Brasil é o país que mais teve aumentos nos casos de notificação de microcefalia, segundo boletins do Ministério da Saúde. No entanto, ainda não há comprovação científica da relação do Zika vírus com a má-formação, diz Sergio Cortes.
Outro ponto relevante nas discussões ligadas ao Zika está relacionado aos Jogos Olímpicos. O Rio de Janeiro receberá o evento no mês de agosto, o que resultará em um maior fluxo de pessoas na cidade durante as Olimpíadas. Sergio Cortes afirma que a cidade merece uma atenção especial e, caso o Brasil obtenha avanços no combate à epidemia, os Jogos Olímpicos poderão servir como um espelho para mostrar a evolução do país em relação ao Zika Vírus