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Estado de Minas

Aeronave que caiu com Roger Agnelli e família não tinha caixa-preta

Monomotor com fuselagem de fibra de carbono era do tipo experimental. Corpos de Roger Agnelli e de familiares serão enterrados neste domingo


20/03/2016 15:43 - atualizado 20/03/2016 16:43

(foto: divulgação)

O avião que caiu neste sábado, 19, matando o empresário e ex-presidente da Vale Roger Agnelli e outras seis pessoas, não tinha caixa-preta. A informação é da Força Aérea Brasileira (FAB). Uma equipe de peritos ainda está no local do acidente, na Casa Verde, zona norte de São Paulo, para registrar fotos e conversar com testemunhas.

De acordo com a FAB, a presença da caixa-preta nesse tipo de aparelho, particular, não é obrigatória. Mas a falta do equipamento, que registra dados da aeronave e a conversa na cabine do piloto, dificulta as investigações sobre o motivo da queda. O avião, um monomotor com fuselagem de fibra de carbono, era do tipo experimental.
(foto: divulgação)

Nesses casos, o proprietário compra o corpo do monomotor e instala o restante dos equipamentos. O acidente aconteceu logo após a decolagem, ainda nas proximidades do Aeroporto do Campo de Marte - antes, o monomotor estava estacionado no hangar da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

O voo tinha como destino o Aeroporto Santos Dumont, no Rio. O avião, de prefixo PRZRA, está registrado em nome de Agnelli. De acordo com pessoas próximas a ele ouvidas pelo Estadão, Agnelli e a família viajavam na aeronave para a capital fluminense para a festa de casamento de um sobrinho do executivo.

Os corpos das sete vítimas foram identificados pela Polícia Técnico-Científica. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-SP), além dos restos mortais de Agnelli, também foram reconhecidos os despojos da mulher dele, Andrea de Azevedo Marques Trench Agnelli, o casal de filhos Anna Carolina Trench Agnelli Bittencourt e João Trench Agnelli, além do genro Parris Ventura Bittencourt, a nora Carolina Ambroso Mascarenhas Marques e do piloto Paulo Roberto Bau. O enterro da família de Agnelli será realizado no cemitério Gethsêmani, localizado na Vila Sônia, em São Paulo, a partir de 17h.
(foto: divulgação)

De acordo com a SSP-SP, o trabalho foi realizado pelo Núcleo de Antropologia do Instituto Médico-Legal (IML). A identificação de três das vítimas foi feita por meio de digitais e as outras quatro, de forma antropológica. A secretaria disse que apenas o corpo de Bau ainda está no IML Central, aguardando a retirada da família.

No início da tarde deste domingo, 20, peritos do Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deixaram o sobrado onde o monomotor caiu. Agora, os investigadores pedirá os áudios entre o piloto e a torre de controle do Campo de Marte para verificar se houve troca de informações sobre dificuldades na decolagem.

(foto: divulgação)

Casa
O acidente também atingiu uma casa do bairro e deixou uma empregada doméstica que trabalhava no local com escoriações. Ela foi encaminhada ao Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia, na região central. Os moradores não se feriram. O proprietário da casa, Armando Carrara, de 65 anos, estava no terraço brincando com o neto de jogar dados quando foi avisado pelo genro de que um avião ia bater na casa. "Eu não vi nada. Só escutei gritando comigo. Peguei meu neto pelos braços e corri para o fundo da casa." Segundo ele, os automóveis da família foram todos destruídos pelas chamas do avião, que bateu num muro do sobrado e caiu na garagem.

 


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