São Paulo, 28 - Edson Roberto Pressi é considerado o homem de confiança de Marquito.
Frequentemente, o "assessor" acompanha o parlamentar nas sessões plenárias, em audiências públicas e visitas a comunidades da periferia. Durante as votações, chega a orientar Marquito sobre como deve votar. No plenário da Câmara Municipal, tem livre acesso e conversa com outros vereadores como se fosse um deles.
A relação próxima entre os dois é confirmada em outro vídeo apreendido pelo Ministério Público, em que Marquito explica a seus eleitores que Pressi tem "conhecimento e o apoia em tudo". Os dois aparecem juntos em eventos relacionados ao mandato. Mas, para não ficar dúvida sobre quem manda, Marquito afirma em determinando momento que o "poder da caneta" é dele.
Apesar de todas as funções acumuladas por Pressi, o nome dele não figura na lista de funcionários da Câmara - apenas sua mulher é de fato contratada. Se no papel Pressi não tem cargo, na prática ele tem até sala particular no gabinete. É neste local que, segundo denúncias apresentadas à promotoria, os repasses de dinheiro são feitos.
Além de assessor, Pressi se apresenta como advogado, mas seu nome não consta entre os registros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nem no Cadastro Nacional dos Advogados.
'Esquisito'
Primeiro suplente da coligação PTB-PRB, Marquito, de 56 anos, assumiu uma cadeira na Câmara de São Paulo com a nomeação do titular da vaga, Celso Jatene, para a Secretaria Municipal de Esportes. Está no cargo desde janeiro de 2013, quando começou a atual legislatura.
Sobrinho de Raul Gil e colega de palco do apresentador Ratinho, o humorista disputou a eleição com o slogan 'Esquisito por esquisito, vote em Marquito'. Inspirado no fenômeno Tiririca, foi o 71º candidato mais votado em 2012, com 22.198 votos.
Ele compõe a base do prefeito Haddad. Orientado pelo líder do governo, Arselino Tatto (PT), costuma participar das sessões somente quando há votações importantes e nominais. Não costuma fazer discursos nem pressão para que seus projetos sejam votados.
Marquito assinou 37 propostas de lei - 18 em parceria com outros vereadores. Neste ano, deve concorrer ao cargo mais uma vez, mas fora da Casa. Isso porque Jatene e Jean Madeira voltam nesta semana. Com isso, suplentes, como Marquito, perdem as cadeiras.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.