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Estado de Minas

Vídeos mostram ação de homem que ameaçou atear fogo em juíza em São Paulo

Ação aconteceu na quarta-feira no Fórum do Butantã, na zona oeste da capital paulista


postado em 31/03/2016 12:01 / atualizado em 31/03/2016 13:21

Alfredo José dos Santos teria uma audiência agendada com a juíza na quarta-feira à tarde (foto: Reprodução)
Alfredo José dos Santos teria uma audiência agendada com a juíza na quarta-feira à tarde (foto: Reprodução)

São Paulo, 31 - Vídeos divulgados nesta quinta-feira, 31, mostram a ação do homem que invadiu o Fórum do Butantã, na zona oeste de São Paulo, na tarde desta quarta-feira, 30, e ameaçou atear fogo no corpo da juíza Tatiane Moreira Lima. O agressor, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), entrou correndo pela saída do prédio, que não tem detector de metais, e incendiou um dos corredores. 

Por causa das chamas, policiais e funcionários que trabalhavam no local não conseguiram detê-lo. Em um dos vídeos, o homem - identificado como Alfredo José dos Santos, de 36 anos - está com a juíza dominada, ofende-a e a obriga a dizer à filha dele que é inocente.

Em outra gravação, filmada por policiais militares que negociavam a rendição, Santos obriga a magistrada a dizer que ele não é louco e que não é culpado por nenhum crime. O homem também quis a garantia de que os PMs estavam registrando a ação. Já o terceiro vídeo mostra o momento em que Santos foi rendido pelos policiais, imobilizado e algemado, impedindo que ateasse fogo em Tatiane.

Veja o vídeo da ação gravado por Policiais Militares





Agressor

Policiais apuraram que Santos teria uma audiência com a juíza, mas o TJ-SP não confirmou a informação. Em 2013, foi registrado um boletim de ocorrência contra Santos por agressão à sua mulher. Segundo a polícia, ele entrou no prédio carregando gasolina em pequenas garrafas guardadas no bolso e ainda tinha coquetéis molotov na mochila. Após incendiar a escadaria, Santos correu até um dos corredores do fórum e agarrou a juíza.

Durante a ação, o homem deu uma "gravata" na magistrada e jogou combustível no corpo dela. Em seguida, o agressor lançou outro produto químico na juíza e fazia ameaças de que iria atear fogo. Toda a segurança do fórum se mobilizou para contê-lo. Ele foi cercado por PMs e, depois de breve negociação, entregou-se.

Policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM e do Grupo Especial de Resgate (GER) da Polícia Civil fizeram uma varredura no prédio em busca de outros explosivos. Os policiais constataram que uma das embalagens que continha o produto químico que Santos pretendia jogar na magistrada estava derretendo.

Um artefato com tubos de plástico fechados nas extremidades e pavio improvisado de tecido foi encontrado no fórum. O prédio foi evacuado e os bombeiros ajudaram nas buscas.

Santos foi preso, levado para o 51º Distrito Policial (Butantã) e autuado em flagrante por tentativa de homicídio. Antes, ele recebeu atendimento médico no Pronto-Socorro do Hospital Universitário. A juíza foi socorrida e levada para o Hospital Albert Einstein. Ela teve escoriações leves e passa bem.

Defesa da mulher

A juíza é responsável pela Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da zona oeste de São Paulo. Ela já ministrou várias palestras sobre a violência contra a mulher e a aplicação da Lei Maria da Penha. A magistrada é um dos nomes mais respeitados no assunto no Estado.

Presidente do STF condena ataque

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, condenou nesta quinta-feira, 31, o atentado praticado contra a juíza Tatiana Moreira Lima, em São Paulo. Em nota, Lewandowski disse que providências serão tomadas para garantir a segurança de magistrados, servidores e familiares que compõem o Poder Judiciário.

Para o ministro, o crime "expõe de maneira explícita e cruel a intolerância e brutalidade" e é motivo de preocupação para o País. "O ódio, o ressentimento e a incompreensão não podem ser motivos para se atacar as instituições da República e, especialmente, o Poder Judiciário, que sempre garantiu a estabilidade democrática do País, executando com destemor o juramento de fielmente cumprir e fazer cumprir as leis e a Constituição da República", escreveu Lewandowski.


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