O coordenador jurídico da entidade, Carlos Michaelis Júnior, argumenta que a lei, sancionada na quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff, representa uma ameaça à saúde pública.
A lei libera a produção, uso e prescrição do composto para pessoas com câncer, apesar de ele nunca ter sido avaliado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pacientes podem adquirir o produto desde que apresentem laudo médico que comprove o diagnóstico e uma assinatura de termo de consentimento.
A expectativa é de que nas próximas 48 horas haja uma decisão sobre o pedido de liminar. É preciso interromper os efeitos dessa lei o quanto antes. A fosfoetanolamina sintética começou a ser produzida num laboratório do Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo, há mais de 20 anos. Até 2014, as pílulas eram distribuídas para pessoas interessadas. A prática foi interrompida depois de a USP editar uma norma proibindo a distribuição de produtos experimentais para população, o que gerou uma série de ações judiciais.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária avalia também a possibilidade de ingressar com medidas regulatórias para tentar reduzir os riscos dos efeitos da lei. A autarquia descartou a possibilidade de entrar com ação na Justiça.
"Quem garantirá ao consumidor que a substância que está adquirindo não é uma inescrupulosa falsificação? Quem garantirá que a quantidade da substância informada na embalagem é efetivamente a que existe no interior de cada cápsula?, questionou, em nota, a autarquia.
Além da Anvisa, outros órgãos do governo se manifestaram contrariamente à sanção da lei. A presidente Dilma Rousseff, no entanto, para evitar desgaste às vésperas da votação do processo de impeachment, decidiu pela sanção..