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Estado de Minas

Instalações olímpicas terão energia definitiva ligada em maio

Atualmente, as instalações funcionam com sistema temporário de energia


postado em 16/04/2016 08:45

Presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Pedroso, lista desafios para os Jogos de 2016 e diz que o abastecimento energético nas instalações é um dos principais pontos(foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil)
Presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Pedroso, lista desafios para os Jogos de 2016 e diz que o abastecimento energético nas instalações é um dos principais pontos (foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil)

Até o fim de maio, todas as instalações que farão parte dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 estarão com os projetos de energia concluídos. A previsão é do presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Marcelo Pedroso. Atualmente, as instalações funcionam com sistema temporário de energia. De acordo com Pedroso, o aparato operacional de eventos como os jogos é desafiador para qualquer país, e o abastecimento de energia nas instalações é um dos pontos mais importantes.

“Quando a gente fala de energia, não está falando apenas da luz para o expectador. A gente está falando da transmissão de televisão”, disse. “Imagina um atleta que vai bater um recorde, dá um pico de luz e a gente perde a contagem do tempo dele. Imagine o impacto que isso tem para a competição”, acrescentou. O abastecimento será garantido por duas fontes de alimentação distintas, além da rede de geradores para garantir o abastecimento caso haja falha nas outras.

Nos projetos de energia temporária, com geradores para atender a todos os núcleos de instalações, o governo federal assumiu o da Barra da Tijuca com custos de R$ 290 milhões. Já o de Copacabana, do Maracanã e de Deodoro ficaram sob a responsabilidade do governo do estado, com o limite de isenção de impostos aprovado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em R$ 85 milhões. O Comitê Organizador Rio 2016 banca o restante para alcançar o custo de R$ 104 milhões.

A situação política e financeira do país não foi empecilho para o andamento da organização. Segundo Pedroso, as principais ações, que dependiam de definição dos governos federal, estadual e municipal, sobre os pontos de prestação de serviço público e de demandas do COI foram tomadas no início do processo e, agora, ocorrem apenas decisões menores que se referem às fases finais da operação. “Não avalio que haja um impacto que prejudique esta reta final da preparação”, disse. “O que a gente tem agora de participação dos governos, as decisões estão tomadas. É operacional”, afirmou.

Desafios

O presidente da APO apontou a construção do velódromo como um dos maiores desafios da preparação dos jogos, tanto pela complexidade das características do projeto quanto pela substituição da empresa responsável, que, por falta de capacidade e por estar em processo extrajudicial, precisou contratar uma outra para montar a pista. “O projeto em si, por ser uma pista muito específica, é um trabalho artesanal essa pista de madeira. Ela é muito sensível à temperatura e umidade. Então, o próprio velódromo já é uma obra complexa.”

Outra dificuldade, de acordo com Pedroso foi desenvolver obras exclusivas, dentro do prazo, que permitissem equilibrar bem o nível de exigências sem construir “instalações faraônicas” que ficassem inutilizadas depois. “[O objetivo era] transformar a motivação de realizar a Olimpíada em algo que permitisse que a cidade dar um salto de qualidade, não enxergando os Jogos como solução para todos os problemas, mas permitindo a cidade avançar no seu desenvolvimento e gerar novas oportunidades de desenvolvimento futuro.”

Para Pedroso, nos Jogos de 2016 as obras de mobilidade resgataram projetos que aguardavam desenvolvimento há mais de 50 anos, como a recuperação da região portuária. “Se considerar o conceito de antecipação ou ampliação de política pública, várias das iniciativas que estão sendo feitas não são antecipação. São resgates de políticas públicas traçadas na década de 60.”

Baía de Guanabara

Pedroso reconheceu que a despoluição da Baía de Guanabara ficou aquém do esperado. Segundo ele, a despoluição depende de vários fatores, como o compromisso de vários municípios do entorno, com o tratamento de esgotos, a educação ambiental e a gestão do lixo proveniente das diversas regiões, com a ampliação da rede de coleta de tratamento. Ele acrescentou que existe um legado que não se pode desperdiçar. “Um elemento que seria muito importante é pactuar com a sociedade um projeto de médio e longo prazos para dar continuidade à despoluição da Baia de Guanabara.”

Por outro lado, o término do lixão de Gramacho, na Baixada Fluminense, foi um fato positivo. “Houve avanços sim, mas não é o ideal. O legado não pode acabar na Olimpíada tem que continuar a ser construído permanentemente”, completou.

Parque Olímpico

Após os jogos, a área do Parque Olímpico vai se transformar em centro de treinamento para atletas de todo o país. Pedroso informou que parte da manutenção caberá à prefeitura, mas terá ainda investimentos do Ministério do Esporte, interessado na formação de atletas. “Há instalações de nível olímpico internacional que permitem que os atletas brasileiros tenham o Rio de Janeiro como opção, para os de ponta, de alto rendimento, não pensarem apenas fora do Brasil.”

Matriz de responsabilidades

Pedroso disse também que nos Jogos Pan-Americanos do Rio um dos maiores problemas foi a ausência de uma matriz de responsabilidades, que definisse quem seria responsável pelos projetos e pela entrega deles. Para o presidente, essa questão foi resolvida nos Jogos de 2016. “Foi uma discussão grande, mas havia também interesse de todos os entes de que houvesse uma clareza sobre a responsabilidade de quem em cada projeto, seja pelo financiamento, seja responsabilidade pela execução das obras e dos serviços. Em termo de gestão conjunta, a matriz é uma evolução importante e um aprendizado de experiências anteriores.”


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