A viúva Eliane Santos contou que o marido havia saído naquela manhã para dar uma volta em Copacabana. "Ele sempre fez isso nas folgas dele. Como você vai adivinhar que vai acontecer isso? Ele estava passando na hora. A onda veio e levou ele. Eu estou vivendo uma vida inesperada. Não estou acreditando que perdi meu marido por nada", afirmou Eliane, que era casada com Silva havia 11 anos.
A esposa contou que Silva era gari comunitário havia quase 20 anos na Rocinha. Ela soube da morte dele por um amigo, às 23 horas de quinta-feira.
Os custos do enterro foram pagos pelo consórcio Contemat Geotecnia/Concrejato, responsável pela construção da ciclovia, informou a família. Um primo da vítima, Marco Antônio Silva, disse que ninguém poderia esperar que uma "ciclovia tão nova" pudesse desabar. "Eu espero que a justiça seja feita. Era um homem trabalhador, não merecia isso não".
Ele disse ainda que a família se preocupa com a situação financeira de Eliane. "Ela só tinha ele, que ajudava ela em tudo. Ele era o porto seguro dela. Agora, pra ela, desabou o chão. Não desabou só pra ele não, desabou pra ela também", afirmou o primo.
O corpo do engenheiro Eduardo Marinho de Albuquerque, de 54 anos, que também morreu no desastre, será cremado na tarde deste sábado, no Memorial do Carmo.
O Corpo de Bombeiros retomou na manhã deste sábado as buscas por outras vítimas. Testemunhas disseram que havia pelo menos mais três pessoas na ciclovia. Motos aquáticas, embarcações e um helicóptero atuam nas buscas..