Rio, 25 - A prefeitura do Rio anunciou nessa segunda, 25, a reconstrução da Ciclovia Tim Maia até o início da Olimpíada, em 5 de agosto. Não foram apresentados cronograma nem custos da obra. Ao menos duas pessoas morreram no desabamento da pista, ao lado da Avenida Niemeyer, ligação entre Leblon e São Conrado, na zona sul.
Em comunicado oficial, a gestão Eduardo Paes (PMDB) informou que o início das obras no trecho de 50 metros atingido por ondas na quinta-feira passada depende de um laudo pericial, com prazo de 30 dias para ficar pronto. O consórcio Concremat/Concrejato, responsável pela obra da ciclovia, vai assumir a reconstrução e “arcar com todos os custos”.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) formou uma comissão para investigar, em um mês, as causas do acidente. Caso seja constatada falha profissional, a entidade poderá instaurar processo ético e até cassar o registro do responsável.
Para o engenheiro civil Manoel Lapa, coordenador da Câmara de Engenharia Civil do Crea-RJ, é possível refazer a obra até os Jogos. “Claro que antes de fazer a obra será preciso descobrir qual foi o erro e corrigi-lo. Nesse tempo é perfeitamente viável refazer aquela obra, com a segurança e os cuidados necessários”, afirmou.
Laudo
Problemas na obra foram detectados ainda no ano passado, antes da inauguração, pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). Após a realização de seis vistorias, relatório do órgão apontou rachaduras, buracos e desníveis na pista e estruturas enferrujadas. As falhas apareceram, sobretudo, perto Mirante do Leblon, a cerca de 3 km do local do acidente.
O presidente do TCM, Thiers Montebello, afirmou ontem que o quadro técnico detectou irregularidades no acabamento da ciclovia. “Durante a execução da obra, fizemos algumas recomendações para a melhoria do projeto, que foi sendo moldado. A prefeitura tem por hábito atender às recomendações ou apresentar explicações. Mas nada em relação à estrutura da obra, o que não é de nossa competência”, explicou.
O consórcio informou que seguiu o projeto básico elaborado pela prefeitura. “Em relação aos comentários sobre a qualidade da obra, o consórcio esclarece que os materiais empregados e a qualidade da construção seguiram todos os padrões técnicos previstos nas normas brasileiras. A fiscalização das obras foi exercida pela contratante”, informou.