Segundo Liu Tsun Yaei, perito responsável pela equipe do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) que analisou os 16 volumes com dados sobre a construção da ciclovia, o consórcio previu o efeito das ondas sobre os pilares que sustentam as plataformas, mas não sobre elas próprias. Esse cálculo é indispensável para saber como fazer a obra, afirmou.
A partir desses cálculos os engenheiros saberiam os riscos do impacto das ondas sobre a ciclovia e poderiam estudar várias hipóteses: fazer a amarração do tabuleiro no pilar que o sustenta, fazer um anteparo para conter a força das ondas, fazer uma construção única ou qualquer outra alternativa, disse o perito.
Segundo ele, esses cálculos não precisariam estar presentes no projeto básico, fornecido pela prefeitura do Rio para indicar como deveria ser a obra, mas teriam que constar do projeto executivo, desenvolvido pelo consórcio - que também foi responsável por executar esse projeto, construindo a ciclovia.
O trecho que desabou da plataforma estava encaixada no pilar de forma diferente dos demais trechos, mas, para o perito, isso não interferiu nem foi causa do acidente. O pilar continua lá, porque foi construído para suportar a força das ondas. A plataforma não quebrou ao ser atingida pela onda, mas não consideraram que ela poderia ser deslocada pela força do mar. Ela tombou, inteira, e se fragmentou depois, por causa da queda, contou Yaei. O fato de faltarem parafusos em alguns trechos da ciclovia também não foi causa para o desabamento, segundo o perito.
Até as 17 horas desta quarta-feira, o consórcio Contemat/Concrejato não havia se manifestado sobre essa conclusão da perícia.