O caso da jovem vítima de um estupro coletivo em uma comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que teve divulgada na internet sua imagem nua e desacordada, após a agressão, está causando revolta nas redes sociais. Políticos, artistas e pessoas comuns vêm pedindo o fim do compartilhamento do vídeo que expõe a garota e também a punição dos criminosos. Um twibbon (imagem temporária de perfil com foco em mobilização de causas diversas) foi criado.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) usou o Facebook para pedir justiça. “A violência sofrida por uma menina em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, ultrapassa todas as fronteiras da barbárie. Ela foi estuprada por 30 homens e teve fotos e vídeos divulgados na internet. Queremos a prisão desses criminosos já”, afirma.
A parlamentar diz ainda que o empoderamento da mulher e o feminismo se fazem necessários cada vez mais para combater “essa cultura absurda”. “Não abaixem a cabeça”, pede, divulgando em seguida o úmero do disque denúncia (21 2253-1177) para quem tiver informações que possam ajudar.
O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) disse acompanhar o caso, junto com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Mulher) e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele foi um dos que pediram a exclusão da conta do twitter que divulgou o vídeo. “Lamentavelmente, não foi suficiente para evitar que o material fosse viralizado nas redes sociais, fato que aumenta o flagelo dessa menina e de sua família: além de possivelmente violentada de maneira absolutamente covarde, está sendo exposta para milhões de pessoas como se não fosse merecedora de dignidade. Isso é uma barbárie”, disse.
Ainda segundo Wyllys, os responsáveis pelo estupro e divulgação “representam uma ameaça à dignidade humana de mulheres cis e transgêneros, homossexuais e bissexuais”. O deputado cobrou em seu Facebook a uma ação rápida da Polícia Federal e do Ministério Público.
Outra que manifestou sua revolta foi a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). No Twitter, a parlamentar divulgou a notícia e registrou: “Revolta! Basta de impunidade ao estupro e aos seus apologistas”. Também pelo microblog, o ator e ex-repórter do CQC Ronald Rios comentou o assunto. “A luta das mulheres não é para ter mais direitos que os homens. É para 30 caras não estuprarem uma mina e fazerem um liveblogging disso”, disse.
A ex-deputada federal que concorreu à Presidência da República em 2014, Luciana Genro (Psol), considerou um “absurdo” o ocorrido no Rio. “Estupro coletivo filmado em vídeo é uma das coisas mais nojentas que já vi. Até quando homens vão se vangloriar de cometer crimes bárbaros?Precisamos lutar diariamente contra a cultura do estupro. Não podemos naturalizar a violência contra as mulheres!”, disse em sua página.
Dezenas de anônimos também compartilharam sua indignação com a situação da garota violentada nas redes sociais, pedindo que casos como este sejam denunciados e não sirvam de entretenimento para pessoas que compartilham esse tipo de imagem. “Penso que todos que compartilharam deveriam ser denunciados e indiciados”, diz um usuário do twitter que se identifica como Nelsin. “Aonde chega o ser humano? Me pergunto isso”, diz Henrique.