Já na próxima segunda-feira (30), Melaragno deverá ir à Cidade da Polícia, sede das delegacias especializadas na zona norte do Rio e onde o caso da menina está sendo investigado, para ficar a par dos detalhes da apuração. Além dele, devem atuar como observadoras a presidente da OAB Mulher, Daniela Gusmão, e uma representante da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente.
"Nosso papel será zelar pelas prerrogativas de todos os advogados e, consequentemente, ajudar a polícia a apurar a verdade dos fatos", disse o criminalista. Melaragno afirmou ainda que as imagens e as circunstâncias "presumem um crime bárbaro".
A partir de segunda, os representantes da OAB devem ouvir advogados da adolescente e dos suspeitos, bem como os delegados que atuam no caso, Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), e Cristiana Bento, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima (DCAV). Os observadores poderão atuar inclusive para "evitar que qualquer mal-estar ocorra", segundo Melaragno.
Hoje, mais cedo, a advogada da vítima, Eloísa Samy, afirmou que pedirá o afastamento de Thiers das investigações. Segundo ela, o policial teria conduzido o interrogatório da garota de forma inadequada, criminalizando-a. A Polícia Civil contestou a versão e disse que trabalha de forma técnica.
Demora
Melaragno reconheceu que o caso desperta grande angústia na população para que se capturem os criminosos, mas defendeu que as autoridades ajam com cautela. "A demora (no pedido de prisão de suspeitos) leva a ansiedade popular muito grande, mas é melhor isso do que prender sem provas", disse.
"A OAB sempre entendeu que prisão cautelar só se dá por extrema necessidade, e não para saciar anseios populares de culpa.